Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é esperado hoje (18), em Brasileia (AC), para visitar o abrigo onde estão os haitianos que entraram ilegalmente pela fronteira. Com a chegada prevista para as 14h (15h em Brasília), Cardozo se reunirá rapidamente com representantes da força-tarefa enviada ao estado para ajudar o governo acriano na regularização desses imigrantes, nas ações de saúde e na inserção dos haitianos no mercado de trabalho.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, que participará da reunião, destacou que desde o envio, pelo governo federal, da força-tarefa ao estado as condições de atendimento aos imigrantes têm retornado à normalidade.
Dos 1,4 mil haitianos que estavam até a semana passada em Brasileia e Epitaciolândia, que fazem fronteira com a Bolívia, permanecem nas cidades, no máximo, mil imigrantes. Com a intermediação do Ministério do Trabalho, empresários voltaram a contratar a mão de obra haitiana, especialmente para trabalhar na construção civil e em abatedouros.
Nilson Mourão considerou positiva a ação do Ministério de Relações Exteriores em contatar autoridades da Bolívia, do Peru e Equador, para analisar medidas de controle migratório. “Nos próximos 20 dias saberemos se a entrada ilegal pela fronteira se estabilizou ou se continuamos enxugando gelo”, disse.
Ele acrescentou que, passada a atuação da força-tarefa do governo federal, a pretensão é desenvolver uma política de controle de fronteira. Ele ressaltou que o desafio é reduzir a influência dos coiotes (agenciadores de imigrantes ilegais).
O representante do governo do Acre em Brasileia, Damião Borges, informou que hoje devem deixar o estado 60 haitianos que trabalharão em um abatedouro de suínos, em Mato Grosso. Ele disse, no entanto, que a entrada de imigrantes ilegais no Acre pelas fronteiras com o Peru e a Bolívia permanece entre 30 a 50 pessoas por dia. Entre esses imigrantes também têm chegado à cidade pessoas do Senegal, da República Dominicana, de Bangladesh e da Nigéria.
O ministro da Justiça disse na semana passada que, concluída essa primeira etapa de apoio ao governo do estado, serão implementadas ações para tratar especificamente de inibir a ação de coiotes no Acre. “Temos clareza da necessidade de intensificar as ações de combate aos coiotes”, disse Cardozo.
Esta semana, após um encontro com o governador Tião Viana, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, ressaltou que o Itamaraty se dispõe a colaborar nos contatos com os três países para buscar soluções negociadas sobre as áreas fronteiriças.
Edição: Talita Cavalcante
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