Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um haitiano foi detido com seis passaportes no sapato e levado para a Delegacia da Polícia Rodoviária do Acre em Epitaciolândia. Os passaportes eram transportados de Brasileia para Rio Branco. O imigrante prestou depoimento no final da tarde de ontem (8) e deve ser liberado, pois não estava com nenhum dos donos dos passaportes.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) explicaram à Agência Brasil que a simples posse de passaportes não indica a ação de coiotes (agenciadores de imigrantes ilegais), traficantes de pessoas, ou qualquer outro tipo de crime. A libertação do jovem haitiano não significa, entretanto, que as investigações serão paralisadas. Os agentes da Polícia Rodoviária Federal explicaram que, após o depoimento, o rapaz continuará sob a investigação da PRF.
Tanto Brasileia quanto Epitaciolândia, cidades próximas, fazem fronteira com a Bolívia e estão na rota dos imigrantes ilegais para o Brasil. Na semana passada, a Polícia Federal (PF) prendeu no Aeroporto Internacional de Rio Branco – Plácido de Castro, o haitiano Inocente Olibrice. Ele confirmou à PF que cobrava 500 euros para levar um menor de 14 anos à Guiana Francesa.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, disse à Agência Brasil que a prisão de outros coiotes é apenas uma questão de tempo. “Vão aparecer outros [imigrantes] possivelmente envolvidos com tráfico humano, além de drogas, armas e contrabando”, disse Mourão.
Segundo Mourão, quando há grandes movimentos migratórios como o que acontece no estado, esses crimes “fazem parte do bolo de pessoas que entram ilegalmente no país sem qualquer controle”. Ele destacou que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estão intensificando as investigações sobre os imigrantes do Haiti e, também, do Senegal, de Bangladesh, da Nigéria e da República Dominicana. Todos eles, estão abrigados em Brasileia.
O representante do governo estadual na cidade, que faz limite com a boliviana Cobija, Damião Borges, confirmou as investigações da Polícia Federal na região para identificar possíveis coiotes ou traficantes de drogas.
Outro problema é a presença de bebida alcoólica no abrigo que tem 1.300 imigrantes. Segundo Damião, ontem, agentes da PF em Brasileia foram ao abrigo e comunicaram aos imigrantes que, se identificarem algum deles envolvidos com bebida alcoólica no abrigo, a pessoa será deportada ao país de origem.
Edição: Fábio Massalli
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