Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- Encontrar uma solução para uma das maiores causas do aquecimento global - a liberação de uma grande quantidade de gás carbônico na atmosfera - é um desafio para empresas de geração de energia e petroquímicas. O tema foi assunto de debate hoje (8) no 2º Congresso Brasileiro de Gás Carbônico na Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis entre as empresas do setor e especialistas.
Durante a palestra, além do impacto ambiental provocado pela liberação do gás carbônico em altas concentrações com a queima de combustíveis fósseis pela indústria e pelo transporte, foi lembrado uso benéfico do gás carbônico na produção agrícola, na produção de biocombustível de alga, no congelamento de alimentos e como anestésico em animais de frigoríficos.
“O gás carbônico é um problema e também uma solução porque tem aplicações industriais”, disse o diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa. O professor disse que o grande desafio da sociedade é isolar o gás e capturá-lo das chaminés de fábricas.
Produtora de petróleo e gás, a Petrobras estuda formas de diminuir a liberação do gás carbônico na extração de seus produtos por meio de investimentos nas refinarias. “Não tem como acabar com a poluição, mas tem como diminuir o impacto”, disse a consultora sênior da estatal, Glenda Rodrigues. “Porém, os custos são altos”.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli Filho, disse que a empresa vem utilizando o método de injeção de gás carbônico para aumentar a eficiência da produção no pré-sal e não desperdiçar o gás. “O petróleo pode ficar preso no reservatório e o gás facilita a saída”, explicou Pinguelli Rosa.
A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Rosana Fialho acrescentou que para diminuir o impacto da liberação de gás carbônico é preciso investir em tecnologia. Os métodos atuais são de pouca eficiência na captura do gás nos processos industriais. “Precisamos desenvolver tecnologias alternativas e torná-las viáveis economicamente”, disse.
Edição: Fábio Massalli
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