Queda na produção de automóveis e outros bens duráveis prejudica resultado da indústria em fevereiro

02/04/2013 - 12h38

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro – A queda de 6,8% na produção de bens de consumo duráveis foi um dos principais responsáveis para o desempenho negativo da indústria brasileira, que recuou 2,5% de janeiro para fevereiro. Entre os produtos que mais contribuíram para essa queda estão os automóveis, os eletrodomésticos, os móveis e os celulares, segundo o coordenador da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.

“A queda [na produção] dos automóveis justifica muito dessa queda mais intensa nos bens de consumo duráveis. Ela pode ser justificada por paralisações em algumas empresas, com férias coletivas e paradas para modernização do parque industrial. Também pode ser reflexo do retorno do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] voltando ao patamar acima do observado no ano passado”, disse.

A produção de veículos automotores, que inclui a fabricação de veículos de passeio, registrou queda de 9,1% entre janeiro e fevereiro, a maior redução desde janeiro de 2012, quando havia sido registrado um recuo de 29,3%.

Segundo Macedo, o aumento do IPI também pode ter afetado a produção de eletrodomésticos da linha-branca e de mobiliário. Há ainda a concorrência com importados em setores como o de eletrodomésticos da linha-marrom.

Macedo acredita que a menor intenção de consumo das famílias, devido a crédito mais restrito e aumento dos níveis de endividamento, também pode contribuir para o mau desempenho dos bens de consumo duráveis.

Os bens de consumo semi e não duráveis também contribuíram para a queda da produção industrial em fevereiro, com uma queda de 2,1% na produção. Uma redução das exportações e a concorrência com produtos importados em áreas como têxteis, vestuário e calçados podem explicar esse resultado.

 

Edição: Lílian Beraldo

 


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