Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá - O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela definiu que a campanha para escolher o novo presidente começa hoje (2) e terá duração de dez dias. Com pouco tempo até 14 de abril, data marcada para o pleito, os principais candidatos intensificam as viagens em busca de votos. O presidente em exercício e candidato governista, Nicolás Maduro, inicia a campanha no estado de Barinas, terra de Hugo Chávez.
Segundo os meios de comunicação estatais, Maduro fará seu primeiro ato oficial em Sabaneta - cidade natal de Chávez em Barinas. Ele deve concentrar-se inicialmente na casa em que o presidente nasceu. A estratégia segue a tendência adotada pelo candidato socialista e procura manter a imagem do presidente, que morreu em 5 de março, vítima de câncer.
Henrique Capriles, que representa a coalizão oposicionista representada pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), tem agenda na cidade de Maturín, capital do estado de Monagas, no Nordeste venezuelano. Inicialmente, Capriles havia dito que também começaria a campanha em Barinas. Mas, mediante críticas de Maduro, o candidato resolveu mudar a agenda e anunciou que visitará Barinas nesta quarta-feira (3).
Embora o periodo determinado para a campanha comece agora, os candidatos empreendem jornadas de entrevistas, caminhadas e encontros em busca de votos. No último sábado (30), Maduro esteve em Barinas para um evento nas unidades de Batalha de Campanha do estado, que serão encarregadas de organizar a estratégia eleitoral do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Na noite dessa segunda-feira (1º), o oposicionista Henrique Capriles liderou uma marcha na zona leste de Caracas em prol da segurança. A caminhada começou às 19h30 (21h em Brasília).
A violência é um dos temas que mais preocupa a população venezuelana. De acordo com o governo, no ano passado foram registrados 16 mil homicídios. Atualmente, a Venezuela é o quinto país mais violento do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Outros temas importantes na campanha são a economia, afetada pela desvalorização do bolivar ante o dólar, o controle do mercado especulativo (dólar paralelo) e o fortalecimento da indústria nacional. Algumas regiões no país sofrem com problemas de abastecimento de alimentos e outros produtos, segundo informações da imprensa local.
O socialista Maduro promete seguir as recomendações e continuar integralmente o projeto iniciado por Hugo Chávez em seus 14 anos de governo. O oposicionista, por sua vez, promete manter os programas sociais e "modernizar o país".
Edição: Graça Adjuto
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil