Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A partir de agora, os dados sobre crianças e adolescentes desaparecidos no estado ficarão disponíveis em um novo site do Programa SOS Crianças Desaparecidas. Na página na internet, o internauta poderá visualizar fotos e pesquisar nome, idade, data de nascimento, local e data de desaparecimento, sexo, além de características físicas como cor da pele, dos olhos e tipo de cabelo dos menores de idade, o que poderá aumentar as chances de localização.
A tecnologia foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj). O lançamento ocorreu hoje (26) na sede da Fundação para Infância e Adolescência do Estado do Rio de Janeiro, órgão da Secretaria de Estado de Assistência Social, como parte da Semana de Mobilização Nacional para Busca e Defesa da Criança Desaparecida, que vai até o próximo domingo (31).
De acordo com o gerente do SOS Crianças Desaparecidas, Luiz Henrique Oliveira, o site é para incentivar a participação da sociedade na busca pelos desaparecidos. “Nós entendemos que a divulgação é o braço do processo de localização dessas crianças, que te dá respostas negativas ou positivas, o que ocorre na maioria das vezes”.
Em 17 anos, o programa tem 3.212 casos cadastrados, com 2.717 pessoas localizadas, que representa um índice de 85% de casos resolvidos. Dos 495 que continuam desaparecidos, 416 já têm mais de 18 anos. Além do site, 40 mil novos cartazes serão distribuídos em locais como delegacias, escolas e hospitais, com fotos de 75 jovens desaparecidos.
Segundo Oliveira, o cadastro da fundação mostra que, entre os jovens localizados, 76% fugiram de casa porque sofreram algum tipo de violência no ambiente familiar, seja psicológica ou física. “Qualquer criança ou adolescente que sai de casa fica em situação de risco, já que pode ser aliciada para exploração sexual. Esta é uma preocupação do nosso estado, tentar recuperar o mais rápido possível estas pessoas. Pedimos aos educadores que fiquem atentos, porque o primeiro sinal é dado dentro de sala de aula. Quando a criança chega vitimada, com sinais de violência, que eles possam acionar o conselho tutelar”, disse o gerente.
Além das fugas pela violência doméstica, os desaparecimentos são motivados também por subtração de incapaz (casos em que pai ou mãe fogem com o filho sem que o cônjuge saiba), sequestro e crianças perdidas. A maioria das vítimas é adolescentes do sexo masculino e 70% faltam com frequência as aulas.
O site traz informações preventivas e recomendações aos pais e às crianças. Está disponível também um sistema de alerta sobre pessoas que precisam ser localizadas rapidamente. Nesses casos, as fotos dos jovens ficam em destaque, girando dentro de um cubo no topo da página principal.
Edição: Carolina Pimentel
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