Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lança na próxima quinta-feira (28) a campanha “Segura aí”, que alertará a população sobre as medidas que devem ser adotadas para atenuar e mesmo curar problemas de incontinência urinária. A iniciativa vai beneficiar três capitais: Rio de Janeiro (no Largo da Carioca), São Paulo (em frente ao Museu de Arte de São Paulo) e Porto Alegre (na Esquina Democrática).
Ter hábitos saudáveis, não fumar, não beber, diminuem a possibilidade de a pessoa desenvolver esse problema. Além disso, há medidas simples que podem ser adotadas pelos pacientes que apresentam o problema. O chefe do Departamento de Uroneurologia da SBU e coordenador da campanha, Márcio Averbeck, citou os exercícios do assoalho pélvico.
O exercício é feito em geral três vezes por dia, contraindo os músculos durante dez segundos e relaxando por mais dez segundos, em várias sessões. “É uma conduta que pode ser adotada em pacientes que já têm incontinência urinária ou durante períodos que são críticos”, explicou. Sob a orientação do médico ou do fisioterapeuta, o paciente pode identificar o grupo de músculos a contrair.
Em até 40% dos casos de mulheres grávidas, durante a gestação ou logo após o parto, pode haver algum episódio de perda de urina. “Isso é facilmente prevenível por meio da realização desses exercícios do assoalho pélvico”, esclarece Averbeck.
A perda de urina ocorre também em casos de homens com câncer que são submetidos a cirurgia para remoção da próstata. Esse é o tumor mais frequente na população masculina brasileira. Os exercícios do assoalho pélvico logo após a cirurgia podem fazer com que o homem recupere a continência urinária de maneira mais precoce.
Pacientes obesos também podem sofrer com o problema. Para as pessoas que apresentam sobrepeso ou que já têm diagnóstico de obesidade, Márcio Averbeck disse que a perda de 5% do peso corporal, aliada a uma dieta balanceada e acompanhamento com nutricionista e médico, pode fazer com que a incontinência urinária cesse por completo ou apresente melhora significativa.
Outro tipo é a chamada incontinência por esforço, que ocorre ao tossir, espirrar ou durante algum exercício físico. Nesses casos, pode ser implantado através da vagina, abaixo da uretra, um tipo de tela para manter a uretra em posição durante os esforços. Essa cirurgia faz com que até 90% dos pacientes tenham melhora ou cura no médio prazo.
A incontinência urinária também pode ser associada à urgência miccional, chamada ainda de bexiga hiperativa molhada. “É quando o paciente tem uma vontade súbita de ir ao banheiro que é desconfortável, difícil de controlar. Em função dessa vontade, que surge sem esforço, há perda de urina”. Averbeck disse que existem medicamentos para controlar as perdas urinárias associadas à urgência.
Márcio Averbeck explicou que, na maioria das vezes, não há necessidade de se fazer cirurgias para melhorar os casos de incontinência urinária: mudança no estilo de vida, perda de peso e exercícios do assoalho pélvico podem ser suficientes para melhorar a situação da pessoa. Nos casos em que não há melhora, disse que houve avanços expressivos nos últimos anos, já que a urologia “dispõe hoje de cirurgias que são minimamente invasivas”.
Para pacientes que não respondem aos tratamentos mais conservadores, o médico disse que foi desenvolvido também o marca-passo para a bexiga. O dispositivo produz impulsos elétricos que são transportados até os nervos da pelve por meio de eletrodos. A campanha da SBU também está sendo feita no portal www.incontinenciaurinaria.com.br, criado para a ação.
Edição: Davi Oliveira
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