Portugueses têm até 5 de abril para inscrever peças de um minuto para encenação em Lisboa e São Paulo

15/03/2013 - 12h30

Gilberto Costa
Correspondente da Agência Brasil/EBC


Lisboa – Estão abertas até 5 de abril as inscrições para seleção de 30 textos teatrais para o Festival de Peças de Um Minuto que a Fundação Nacional das Artes (Funarte) promoverá entre 9 e 12 de maio em Lisboa. Qualquer pessoa que more em Portugal pode concorrer - não é exigido que os autores sejam dramaturgos ou roteiristas com experiência, o regulamento está disponível na internet.

Os textos serão encenados pelo grupo de teatro brasileiro Parlapatões. Haverá também apresentações de peças já feitas no Brasil (de 2 a 5 de maio) e, posteriormente, as peças feitas em Portugal serão exibidas em São Paulo.

Além do teatro, Lisboa acolhe exposição sobre desenhos de Lúcio Costa e duas exposições do fotógrafo e cineasta José Medeiros e ainda desfruta de programação intensa de cantores e compositores que se apresentam a preços populares (10 euros) no Espaço Brasil (erguido no LX Factory no bairro de Alcântara). Esta semana se apresentam no local Alessandra Maestrini, Fabiana Cozza e Sérgio Loroza (veja programação completa).

As atrações musicais foram selecionadas em edital publicado pela Funarte (95 escolhidos entre cerca de 3 mil candidatos). Além dos novos talentos, músicos brasileiros consagrados também têm se apresentado em Lisboa. No final de março será a vez de João Donato e no próximo mês, Lenine (aproveitando turnê europeia). Em abril começará a funcionar no Espaço Brasil um cine-clube dedicado à cultura nacional. A programação inicial prevê a exibição de filmes sobre a música brasileira.

Segundo o presidente da Funarte, Antônio Grassi, o número de eventos realizados no país desde setembro do ano passado é “tão grande” que ele já ouviu de portugueses que há “um massacre” de atividades do Ano do Brasil em Portugal, e que os brasileiros “trazem alegria” em dias de recessão e desemprego no país. Atualmente, França e Irlanda também promovem atividades de promoção cultural em Portugal.

Apesar das limitações econômicas em dias de crise e de Portugal ser um mercado restrito (10,2 milhões de habitantes), Grassi defende a promoção da cultura brasileira entre os lusitanos. “A porta de entrada para a literatura e para o teatro é muito maior aqui do que em outro país”, destacou em entrevista à Agência Brasil ao citar a facilidade do idioma. Também de acordo com o presidente da Funarte, os artistas brasileiros estão atravessando as fronteiras de Portugal. “O mais legal são as possibilidades que os artistas criam a partir da temporada daqui. Eles conseguem fazer contatos”, disse.

No ano passado, cerca de 157 mil pessoas acompanharam a programação que incluiu shows do grupo Monobloco (na abertura do “Ano do Brasil” em setembro), do cantor Ney Matogrosso e do instrumentista Hamilton de Holanda, 48 exibições de peças de teatro em diferentes cidades e exposições como a de Hélio Oiticica (com 49 mil visitas no Centro Cultural de Belém).

Em 2012, a Funarte investiu R$ 6,692 milhões na programação e o Ministério das Relações Exteriores alocou cerca de R$ 1 milhão. Dos recursos da Funarte, o maior gasto foi com as produções teatrais exibidas em diversas cidades de Portugal (R$ 2,930 milhões), seguido dos shows musicais (R$ 2,051 milhões) e das artes visuais (R$ 1,709 milhão).

Até 10 junho, quando a programação do Ano do Brasil em Portugal será encerrada, mais R$ 12 milhões deverão ser gastos com os eventos. Além da Funarte (com R$ 4 milhões) e do Itamaraty (com R$ 3 milhões), a Embratur deverá copatrocinar o evento (com R$ 5 milhões). No total, a programação do ano do Brasil em Portugal deverá chegar a R$ 19 milhões.

 

Edição: Lílian Beraldo


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