Corpo de Chávez é levado para o Quartel da Montanha, lugar símbolo de sua trajetória política

15/03/2013 - 21h16

Leandra Felipe*
Correspondente da Agência Brasil/EBC

Bogotá - Depois de quase um dia de cerimônias, missas e homenagens militares e civis, o corpo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi deixado no Mausoléu do Museu Militar Bolivariano, no Quartel da Montanha. O Bairro 23 de Janeiro, onde fica o quartel, é um dos maiores redutos chavistas e o lugar de onde comandou a tentativa de golpe em 4 de fevereiro de 1992.

O ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, anunciou que amanhã (16), o local ficará aberto, durante todo o dia, para que o povo continue a "render homenagens ao presidente Chávez".

Durante a missa na capela do quartel, o irmão mais velho de Chávez, Adán Chávez, agradeceu ao povo pelas incessantes demostrações de apoio e amor ao chefe de Estado. "Este povo pode estar seguro de que não falharemos e que construiremos um socialismo revolucionário", declarou.

O presidente interino, Nicolás Maduro, entregou a Elena Frías, mãe de Chávez, a bandeira tricolor que cobriu o caixão do presidente. "Estas cores foram ressuscitadas por ele, que as trouxe à pátria outra vez. Cada um de vocês é um comandante Chávez, em cada segundo de vida, honremos seu exemplo", disse. Em campanha eleitoral, Maduro declarou que voltará à região como presidente. As eleições ocorrerão em um mês.

O caixão de Chávez foi colocado sobre uma plataforma, conforme imagens exibidas pela TV estatal Telesur. No interior da capela, após a missa, a família de Chávez teve um momento a sós com o corpo do presidente.

Sobre o embalsamento do presidente, o governo anunciou que terá de "reavaliar a ideia". Segundo Maduro, especialistas analisaram que para um procedimento definitivo, o processo deveria ter sido iniciado imediatamente após a morte do líder.

O governo ressaltou que o Museu Militar Bolivariano, no Quartel da Montanha, é o lugar em que Chávez, repousará "por hora", deixando indefinida e aberta a possibilidade, de que um dia, ele seja transferido para outro lugar, como o panteão, construído pelo próprio Chávez para depositar os restos mortais de Simon Bolívar, o herói da independência que inspirou Chávez.

A Constituição venezuelana prevê que só depois de 25 anos da morte é que os restos mortais de líderes que tenham sido importantes para o país poderão ser depositados no panteão. O governo chegou a cogitar a ideia de fazer uma reforma constitucional para levar o corpo de Chávez para o local.

 

*Com informações da Agência de Notícias Venezuelana e TV Estatal Telesur

 

Edição: Aécio Amado

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