Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Falecido aos 53 anos, em 1996, Luiz Carlos Ripper foi um dos grandes nomes da cenografia brasileira dos anos 70, ao lado de Helio Eichbauer e Marcos Flaksman, ambos ainda em plena atividade. No ano em que completaria seu 70º aniversário, Ripper ganha uma exposição retrospectiva de sua obra, que será aberta nesta quarta-feira (13), para convidados, e no dia seguinte, para o público, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro.
Com o título de A Mão Livre de Luiz Carlos Ripper, a mostra reúne cerca de 200 registros do cenógrafo, figurinista, diretor de arte, encenador teatral e educador. São desenhos, croquis e escritos, entre originais e impressos ou projetados. Também fazem parte da exposição a recomposição, em maquetes, de alguns cenários de peças consideradas emblemáticas da década de 70, como Hoje é Dia de Rock e Avatar.
“A voz firme de Ripper ecoou, por meio de seus traços e materiais, no backstage das vanguardas artísticas do país”, lembra a curadora da exposição, Lidia Kosovski, também cenógrafa e professora do curso de teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
“Seus cenários e figurinos iluminaram a força de atores, atrizes e cantores, e como encenador marcou o panorama cultural em montagens históricas como Avatar, de Paulo Afonso Grisolli, e Torre de Babel, de Fernando Arrabal”, destaca Lidia Kosovski.
No cinema, Luiz Carlos Ripper atuou como pesquisador de arte, cenógrafo e figurinista em diversos filmes, entre eles Azyllo Muito Louco e El Justicero, de Nelson Pereira dos Santos; Xica da Silva, Os Herdeiros e Quilombo, de Cacá Diegues; Pindorama, de Arnaldo Jabor, e São Bernardo, de Leon Hirszman. Fragmentos de alguns desses longas-metragens e um documentário inédito fazem parte da mostra.
A exposição foi montada a partir do acervo pessoal de Ripper, que soma 12 mil documentos e estava abrigado na escola de artes e técnicas que leva o nome do cenógrafo, vinculada à Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec). Em 2008, o acervo foi transferido para o Laboratório de Investigação Cenográfica (Lince) da UniRio, coordenado por Lidia Kosovski. Depois de organizado e digitalizado, a documentação voltou ao seu local de origem, mas o acervo digitalizado está no Lince, disponível aos pesquisadores.
A Mão Livre de Luiz Carlos Ripper fica em cartaz até 21 de abril, e pode ser vista, com entrada grátis, de terça-feira a domingo, das 12h às 19h. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio.
Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil.