Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Se o governo fluminense mantiver a suspensão de todos os pagamentos agendados devido à decisão do Congresso Nacional que alterou a repartição dos royalties do petróleo entre estados e municípios, é possível que haja demissão em massa de operários e quebra de empresas. Foi o que disse hoje (8) o presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Estado do Rio de Janeiro (Aeerj), Francis Bogossian.
Bogossian manifestou esperança de que a suspensão dos pagamentos não ocorra. "Não temos a menor condição de executar obra sem receber, porque a gente paga empregado, compra material com antecedência e também pagamos impostos. O imposto tem data para recolher, independentemente do recebimento. Eu espero que a medida [de suspensão dos pagamentos] não seja bem assim”.
O presidente da Aeerj deixou claro que as obras vão parar se o governo do estado deixar de pagar as empreiteiras. ”Parar obra significa demitir empregado. Aí vai quebrar empresas. As empresas não estão preparadas para parar de receber, parar de executar as obras que conseguiram contratar”.
Bogossian avaliou que a suspensão de pagamentos anunciada ontem (7) pela Secretaria Estadual de Fazenda do Rio de Janeiro tem um aspecto social “enorme”. Ele coordena a Frente Pró-Rio, iniciativa suprapartidária que reúne 40 associações de classe com o objetivo de lutar por recursos do Orçamento da União para as demandas do estado e seus municípios. A entidade se pronunciou contrária à suspensão do pagamento dos royalties aos estados produtores.
O presidente da Aeerj espera que a Secretaria Estadual de Fazenda e o governador Sérgio Cabral Filho repensem a decisão, “porque isso vai ser uma calamidade”. Ele acredita, contudo, que a medida não vá se concretizar. “Porque vai ser uma desgraça total e completa”.
O montante programado para ontem (7), quando foi anunciada a decisão de suspensão de todos os pagamentos agendados, exceto aqueles relativos a despesas de pessoal, totalizava R$ 82 milhões. A previsão para o mês alcança R$ 470 milhões. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Fazenda, o valor “não incorpora a folha de ativos e inativos [R$ 1,7 bilhão] e as transferências para municípios [R$ 922 milhões], a serem executados normalmente”.
Edição: Fábio Massalli
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