Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Começa na próxima segunda-feira (25), às 7 horas, o segundo mutirão de cirurgias promovido pela nova gestão do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), vinculado ao Ministério da Saúde. O primeiro ocorreu na semana anterior ao carnaval e atendeu 107 pacientes que necessitavam de prótese de quadril.
Desta vez, será feito um mutirão para cirurgias de coluna. Durante toda a semana, até o dia 1º de março, a meta é operar 20 pacientes com escoliose, disse à Agência Brasil o coordenador do Centro de Cirurgia de Coluna, Luiz Cláudio Schettino. A iniciativa vai reduzir para 900 o número de pacientes com escoliose que aguardam na fila de cirurgias.
O Centro de Doenças da Coluna do Into tem 29 tipos de procedimentos diferentes de alta complexidade. Nesse primeiro mutirão da coluna, a direção optou por atender aos portadores de escoliose, que é um desvio da coluna vertebral. Segundo informou Schettino, trata-se de cirurgias grandes, de longa duração, porque a doença abrange, às vezes, a coluna inteira, o que obriga a ter três cirurgiões em cada sala para cada paciente.
Atualmente, aguardam na fila do Into 4.861 pacientes com vários tipos de doença da coluna vertebral. “Em média, na nossa rotina, a gente opera três ou quatro casos de escoliose por semana”.
A maioria das cirurgias no mutirão de coluna que começa nesta segunda-feira é constituída por adolescentes com escoliose. Schettino explicou que o momento de grande risco de piora de progressão da escoliose é na infância e na adolescência. "A progressão da escoliose está diretamente relacionada ao potencial de crescimento. Quanto mais rápido cresce a criança, mais rapidamente também pode avançar a doença”.
A escoliose costuma evoluir sem causar dor ou incapacidade na criança e no adolescente, por isso os ortopedistas ressaltam a importância de o pediatra diagnosticar precocemente a doença.
O hospital está fazendo um rodízio de mutirões de cirurgias, mas ainda não está definido qual será o próximo. No total, são 15 subespecialidades no Into. Os que apresentam maior número de pacientes na fila são os problemas de quadril, joelho e coluna.
Schettino disse que um mutirão como esse costuma mobilizar uma equipe maior para poder fazer funcionar tantas salas de cirurgia ao mesmo tempo. Na quinta-feira (21), durante reunião para fechar detalhes do mutirão, o médico foi surpreendido por 22 funcionários que procuraram a organização e disponibilizaram para ajudar. “Pessoas que não estariam todos os dias lá", comemorou.
O Into tem atualmente nove cirurgiões de coluna. Schettino disse que as equipes têm também médicos estagiários que fazem especialização no hospital, além de residentes e profissionais que foram formados em coluna dentro do hospital e que trabalham em outros locais. Englobando cirurgiões, enfermeiros e auxiliares, 40 profissionais estarão mobilizados para o mutirão de coluna.
Edição: Fábio Massalli
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