Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria de Saúde do Pará negou situação de emergência no município de Anajás devido aos casos de malária, avaliação diferente da prefeitura. Em 14 de janeiro, prefeito Vivaldo Mendes da Conceição decretou o estado de emergência no município por causa de alta significativa de casos da doença. "Até hoje, os casos de malária perfazem um total de 21.179, tanto na zona urbana quanto na zona rural, sendo que 18.447 são casos novos e 2.732 casos de recaídas, assim não tendo o município condições financeiras e humanas para suprir a demanda populacional dos afetados", diz o decreto. A cidade tem 24.771 habitantes.
Segundo o diretor do Departamento de Controle de Endemias da secretaria, Bernardo Cardoso, não há motivos para alarde, pois os casos na cidade caíram este ano. De acordo com a secretaria, foram registrados 18.859 casos de malária em Anajás noa ano passado. Já em janeiro deste ano, mês do decreto, foram contabilizados 187 casos. "O prefeito declarou estado de emergência com dados do ano passado. Houve uma grande redução este ano. Não há motivo para pânico em Anajás ou qualquer outro município do estado".
Cardoso informou ainda que uma equipe de técnicos de Belém foi ao município para verificar se era necessário o decreto municipal. "Técnicos da Sespa [Secretaria de Saúde] foram a Anajás três vezes, uma delas acompanhados pela Defesa Civil, e não encontraram o cenário descrito pelo prefeito. Não havia gente caindo pelo chão ou postos de saúde cheios de doentes, como ele havia dito". Conforme o diretor, a secretaria enviou 10 mil testes rápidos, mil mosquiteiros e dois barcos com laboratórios volantes para diagnóstico e tratamento dos moradores em áreas de difícil acesso. Mais de 5 mil mosquiteiros serão entregues à população de Anajás, de casa em casa.
Já Evaldo Carituna, secretário adjunto de Saúde de Anajás, argumenta que os números da secretaria estão desatualizados. "Ainda estamos levantando todos os dados referentes à doença no município. Até o momento, foram catalogados 500 casos no mês de janeiro. E ainda não cadastramos todos". Segundo Carituna, houve melhora na situação desde a publicação do decreto. "A situação está melhor. A população se mobilizou e tomou providências, como o escoamento de água para evitar o nascimento dos mosquitos".
Edição: Carolina Pimentel
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