Da Agência Lusa
Brasília - O Tribunal de Recurso do Egito revogou hoje (13) a sentença contra o ex-presidente do país Hosni Mubarak, condenado à prisão perpétua pela morte de manifestantes, e ordenou novo julgamento.
Mubarak, de 84 anos, governou o Egito durante três décadas e foi forçado a deixar o poder em fevereiro de 2011, sob pressão popular e manifestações de protesto durante 18 dias.
Em 2 de junho do ano passado, ele foi condenado à prisão perpétua pela repressão à revolta popular contra o seu governo, que provocou centenas de mortos.
O tribunal decidiu ainda aceitar os recursos apresentados pelo ex-ministro do Interior Habib Al Adli, os dois filhos Alaa e Gamal e seis responsáveis pelos serviços de segurança.
O julgamento vai ser repetido em um tribunal penal e, enquanto isso, os acusados vão permanecer em prisão preventiva, à exceção dos antigos assistentes de Al Adli, que estão em liberdade, de acordo com a agência de notícias estatal Mena.
A defesa do ex-presidente alega que o tribunal que emitiu a sentença contra Mubarak não se apoiou em provas suficientes.
Desde 27 de dezembro que Mubarak está no Hospital Militar de Maadi, devido aos ferimentos sofridos na cabeça e no peito em decorrência de uma queda no banheiro da prisão de Tora.
No início deste ano, uma comissão de inquérito criada pelo atual presidente egípcio, Mohamed Mursi, apresentou os resultados da investigação sobre a morte de manifestantes e forneceu novas provas de que Mubarak viu pela televisão o que ocorreu.
De acordo com a comissão, isso prova que o ex-presidente teve responsabilidade direta na morte de manifestantes, porque testemunhou o que aconteceu.