Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Após percorrer o distrito de Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, durante o final de semana, a Caravana do Trabalho não conseguiu fazer seu trabalho hoje (7) em Angra dos Reis, litoral sul fluminense, e em Petrópolis, na região serrana, por falta de energia elétrica, problema que afetou a quase totalidade dos dois municípios.
A unidade móvel, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda do governo do Rio, oferece serviços gratuitos e orientações sobre microcrédito com o objetivo de auxiliar micro e pequenos empreendedores que tiveram seus negócios prejudicados pela enchente. Devido à falta de energia, a equipe foi obrigada a retornar à capital, mantendo-se de prontidão para nova visita às duas cidades afetadas pelas chuvas do último dia 3.
As chuvas da última semana deixaram mais de 5 mil desabrigados em Xerém. Ali, foram feitos 55 atendimentos pela caravana, que fornece ainda cadastro no balcão de empregos e orientações sobre seguro-desemprego.
Os serviços mais procurados são a emissão gratuita da primeira ou segunda via da carteira de trabalho e a concessão de linhas de crédito, que variam de R$ 150 a R$ 15 mil, para facilitar a retomada dos negócios. Como a emissão dos documentos requer o funcionamento de uma máquina que tira fotos, a falta de luz impediu que o serviço fosse feito.
“Não havia condições de infraestrutura para a gente ficar”, disse à Agência Brasil o secretário estadual de Trabalho e Renda, Paulo Novaes. “Mas nós vamos retornar assim que puder”, assegurou. Ele explicou que, em episódios como o de enchentes, a secretaria sabe da necessidade dos dois produtos, que são a emissão da carteira de trabalho e o microcrédito. “Então, nós damos ênfase a isso e oferecemos”.
O secretário informou que muitas pessoas procuram o posto móvel para se qualificar para uma vaga de emprego, porque perderam o seu pequeno comércio. “Às vezes, ele está procurando aquela vaga de emprego porque era um microempreendedor e, por conta de ter perdido tudo, se vê impossibilitado de exercer a sua profissão. Nesse caso, nós orientamos”.
O inverso também ocorre, destacou Paulo Novaes. Se a secretaria não tem uma vaga de trabalho, ela informa como o profissional pode ser tornar um pequeno empreendedor. “Ele pode pegar um crédito de até R$ 15 mil e se tornar um microempreendedor”. A intenção é contribuir para que as pessoas recuperem os seus negócios e evitem a falência, acrescentou. Os juros são reduzidos, de 0,64% ao mês, com prazo de pagamento de até 12 meses para pessoa física e de 18 meses para pessoa jurídica.
Para se candidatar aos recursos, as atividades desenvolvidas não podem prejudicar o meio ambiente, nem as pessoas podem estar envolvidas em delitos. Devido à extensa rede de agências e a agilidade no atendimento, a caravana está trabalhando com o Banco do Brasil na concessão de microcrédito nos municípios prejudicados pelas chuvas, disse Novaes.
Amanhã (8), ele se reunirá com a equipe da unidade móvel, integrada por oito pessoas, para fazer uma avaliação sobre a estadia em Xerém e a visita a Angra e Petrópolis. “Vamos fazer uma avaliação e determinar o que será feito”. Não está descartado o retorno a Xerém ainda esta semana.
Edição: Davi Oliveira
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