Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O novo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT), anunciou que fará um choque de gestão e um ajuste fiscal logo no início de seu mandato. Ele tomou posse hoje (1º), na Câmara de Vereadores, juntamente com os novos parlamentares.
Rodrigo Neves disse em seu discurso de posse que a cidade inicia o ano com uma dívida de curto prazo de R$ 100 milhões. “Niterói vive uma crise sem precedentes. A dívida líquida consolidada saiu de R$ 70 milhões, em 2008, para R$ 433 milhões. Teremos restos a pagar de R$ 85 milhões, sem lastro financeiro, sem recursos em conta. É uma situação dramática”, disse Neves.
Para equilibrar as contas, ele pretende reduzir o número de secretarias e de cargos de livre nomeção, dando ênfase aos concursos públicos. “É preciso colocar esse trem descarrilhado nos trilhos. Com isso, retomar o crédito e retomar os investimentos.”
O prefeito também pretende mudar a estrutura viária da cidade, que nos últimos anos tem sofrido com o excesso de veículos e constantes engarrafamentos, fruto do aumento da frota e de um processo de verticalização em determinados bairros, com o consequente adensamento da população. Segundo ele, a questão de mobilidade urbana será prioritária, inclusive com a expansão da malha de ciclovias pela cidade.
Niterói é considerado o município com a melhor qualidade de vida no estado conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Os demais prefeitos da região metropolitana do Rio também tomam posse com um agenda repleta de demandas. Os 19 municípios abrigam 12,6 milhões de habitantes, sendo sete milhões na capital, que convivem com dificuldades de infra-estrutura básica, principalmente nas áreas de saúde, transporte e de educação.
Em Duque de Caxias, o fato de abrigar uma refinaria da Petrobras, coloca o município entre os com as maiores rendas per capita do estado, porém registra os piores IDHs. Um dos desafios do novo prefeito, Alexandre Cardoso (PSB), é acabar com a falta de recolhimento de lixo, que se acumulam nas ruas, tornando-as lixões a céu aberto. Além disso, a cidade sofre com a carência de leitos hospitalares, apesar de ter hospitais reccém- inaugurados, mas sem profissionais que não foram contratados pela falta de concursos públicos. Caxias também registra um grande número de comunidades pobre sem infra-estrutura e problemas de segurança, inclusive devido à migração de criminosos de favelas pacificadas do Rio.
Com um milhão de habitantes, São Gonçalo tem a segunda maior população do estado e é um dos municípios mais pobres. Um dos problemas a ser enfrentado pelo prefeito Neilton Mulin (PR) é a infra-estrutura deficitária nos bairros da periferia, onde a pavimentação de ruas ainda é uma exceção. A maioria das ruas é de terra e os moradores são obrigadas a enfrentar um lamaçal quando chove e nuvens de poeira no tempo seco.
O município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, será administrado por Dennis Dauttmam (PCdoB), que promete focar em melhorias na área da saúde, a fim de oferecer serviço médico de qualidade e evitar que os moradores tenham que se deslocar para a capital, quando necessitam de atendimento, o que ocorre atualmente. Para isso, ele pretende atrair mais indústrias para a cidade, por meio de isenções fiscais. Com 618 mil habitantes, Belford Roxo tem um dos IDHs mais baixos do estado, ficando na 59ª posição, entre 92 municípios.
Em Nova Iguaçu, também na baixada, com 797 mil habitantes, uma das prioridades do prefeito Nelson Bornier (PMDB) é reforçar o sistema de saúde. A principal unidade de atendimento, o Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como Hospital da Posse, sofre com a superlotação e falta de materiais, e necessita de investimentos imediatos. Outro problema é o congestionamento diário em direção ao Rio de Janeiro, onde a maior parte da população trabalha.
Edição: José Romildo