Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Apenas com o metrô funcionando em Copacabana, em esquema especial, quem foi à praia para apreciar a queima de fogos e os shows encontrou dificuldade para sair do bairro. As ruas ficaram fechadas ao tráfego de táxis e ônibus de 22h até as 4h e a passagem de carros particulares ficou proibida de 18h às 6h.
Apesar do MetrôRio informar que o embarque de retorno transcorreu com tranquilidade no horário previsto, entre 0h e 5h, as filas para entrar nas estações ultrapassavam cinco quarteirões. De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária, normalmente o maior fluxo de passageiros ocorre entre meia noite e 3h. Porém, às 3h30, milhares de pessoas esperavam na fila. Nesse horário, ainda havia muita gente pelas ruas do bairro, sentadas nas calçadas e também dormindo na areia da praia.
O físico Thiago Leão, 38, que mora no Rio, foi à festa com a família e parentes que vieram de São Paulo. Ele comprou com antecedência o bilhete de ida e volta do metrô, mas não conseguiu embarcar de volta para casa.
“Depois de assistir à maravilhosa queima de fogos, esperamos um pouco o movimento diminuir e, por volta de 3h30, seguimos para a estação Cardeal Arcoverde para pegar o metrô. Segundo o funcionário do metrô, não havia nenhum esquema especial para garantir a acessibilidade de idosos, gestantes e pessoas deficientes, como havia no nosso grupo, era contar com a boa vontade das pessoas na fila”.
Conforme ele contou, depois de percorrer cinco quarteirões e não encontrar o final da fila, o grupo desistiu de tentar embarcar. “As pessoas na fila informavam que ainda faltavam três quarteirões para o final e que cada quarteirão demorava até 20 minutos para ser percorrido na fila. Também disseram que nas outras estações a situação era pior. No Réveillon passado enfrentei situação semelhante e voltei a pé para casa, caminhei por duas horas. E como no ano passado, desistimos de pegar o metrô, dessa vez esperamos pela liberação do trânsito, de manhã, e fomos embora de ônibus”.
A assessoria do MetrôRio não soube informar até que horas as filas de retorno de Copacabana permaneceram grandes, mas afirmou que todas as pessoas que aguardavam na fila e portavam o bilhete especial conseguiram embarcar. Segundo a concessionária, quem comprou o bilhete de volta e não conseguiu usar não será ressarcido. De acordo com a assessoria, é preciso entender que na ocasião foram transportadas 150 mil pessoas, quando o fluxo normal é de 30 mil e que é preciso aguardar na fila com tranquilidade para embarcar.
Quem preferiu pegar um ônibus na madrugada precisou andar de 2 a 3 quilômetros até um dos quatro pontos de embarque em Botafogo, na Lagoa ou em Ipanema.
Edição: José Romildo