Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O senador democrata John Kerry, indicado para ser o novo secretário de Estado norte-americano (o equivalente a ministro das Relações Exteriores no Brasil), tem especial interesse em questões ambientais, acompanhou à distância as discussões na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e é casado com a moçambicana Teresa Heinz Kerry, que fala português.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou hoje o democrata para o cargo, que agora deverá ser submetido a uma sabatina no Parlamento. O senador substitui a atual secretária de Estado, Hillary Clinton, que anunciou que deixará o cargo, mas não disse a que vai se dedicar. Há informações de que ela pode concorrer à sucessão de Obama.
Para o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, esses aspectos da personalidade de Kerry o aproximam do Brasil. Patriota contou que quando era embaixador nos Estados Unidos conheceu Kerry e que ele demonstrava “muito interesse em questões de meio ambiente”. “Não se pode pensar em discutir o assunto [questão ambiental] sem olhar para o Brasil e observar o que fazemos aqui”, disse o chanceler.
Antes de Kerry, o nome apontado como certo para substituir Hillary era o de Susan Rice, embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU). Mas ela retirou sua indicação. Em 2004, concorreu às eleições presidenciais com George W. Bush e perdeu.
Em discursos, Kerry demonstra preocupação com as questões do Oriente Médio e, especialmente, com o Paquistão – pois há informações de que integrantes do grupo terrorista Al Qaeda utilizem áreas do território do país para o treinamento.
Em nota, Hillary Clinton parabenizou Kerry pela nomeação e espera que seja confirmada em breve pelos parlamantares. "Hoje, falei com o senador Jonh Kerry e o parabenizei pela nomeação para próximo Secretário de Estado. Eu também conversei com o presidente Obama e disse a ele que fez uma excelente escolha. Espero que o senador seja confirmado rapidamente", diz a nota publicada no site do Departamento de Estado.
Edição: Carolina Pimentel