Daniel Lima e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou hoje (19) que 2012 foi um ano “difícil e frustrante” para o mundo, mas para o Brasil houve um lado “muito positivo e fundamental” porque foram feitas reformas até pouco tempo consideradas “impensáveis”. Segundo Mantega, são reformas que estão eliminando grandes distorções estruturais da economia brasileira.
Ele citou os juros elevados, que penalizam a produção e o consumo, distorção entre o preço do dólar e o real e a desigualdade tributária. Ele destacou também que os juros altos aumentam o custo da dívida. “É o país que pagou os maiores juros sobre o serviço da dívida durante décadas. Imagina quanta energia nos perdemos com isso. No ano passado, o pagamento dos juros para a rolagem da dívida chegou a 5,8% do PIB [Produto Interno Bruto]. Não existe lugar nenhum no mundo assim. Hoje, a Itália, com dificuldades, tem um serviço da dívida de 2,9%. ”, disse.
De acordo com Mantega, o Brasil convive com altíssima carga tributária há muito tempo para pagar a dívida e, ao mesmo tempo, tem que fazer um superávit alto (economia para o pagamento de juros) também para pagar a dívida. “São distorções gêmeas. Carga elevada e juros elevados. Ambos penalizando a produção. Portanto, é um milagre o que nós fizemos [redução dessas distorções]. Sou ministro há seis anos e alguns meses, desde que sou ministro, a média de crescimento foi 4,2% [2006 a 2011] , maior das últimas décadas, mesmo com essas distorções, com uma crise violenta”, destacou.
Mantega disse que é importante observar que as mudanças não são rápidas, os juros têm caído e o Brasil é um “paraíso para a produção”, já que tem juros reais de 1,7%. Os juros reais são calculados sem levar em conta a inflação.
Edição: Carolina Pimentel