Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Polícia Federal (PF) pediu à Justiça Federal em São Paulo o desmembramento das investigações que apuram os crimes descobertos pela Operação Durkheim, realizada pela PF no final de novembro. A operação investigou organizações criminosas que agiam na venda de informações sigilosas, violação de sigilo, interceptações telefônicas clandestinas e crimes contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha.
O pedido da polícia à Justiça Federal, feito no último dia 7 e divulgado hoje (11), requer o desmembramento das investigações em quatro inquéritos: crimes financeiros; crime de violação de dados protegidos por sigilo; escutas telefônicas ilegais; e crime de contrabando.
“Como haviam sido colhidos elementos suficientes para caracterizar a autoria e a materialidade do crime, o inquérito foi relatado e encaminhado ao Ministério Público Federal, que poderá oferecer denúncia ou devolver o inquérito à PF para outras diligências”, disse a PF em nota.
Nas investigações, a PF descobriu a existência de uma grande rede de espionagem ilegal. Os criminosos, que se apresentavam como detetives particulares, vendiam informações sigilosas que eram repassadas, ilegalmente, por pessoas com acesso a banco de dados como, por exemplo, funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Na lista de vítimas estão políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco. A operação prendeu 33 pessoas.
Os acusados vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, por interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As penas variam de um a 12 anos de prisão.
Edição: Fábio Massalli