Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'Ávila, defendeu hoje (11) avaliação continuada dos cursos de graduação de medicina, e não apenas ao final do curso – como ocorre atualmente. Para ele, a avaliação precisa ser menos teórica e mais prática, com provas de habilidades e não apenas de múltipla escolha.
Ao comentar os resultados da prova realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), d'Ávila defendeu ainda que, além dos alunos, as instituições de ensino também sejam avaliadas. “O exame deve ser mais bem elaborado, deve acontecer ao longo do curso e deve avaliar a escola também”, disse.
Na semana passada, o Cremesp informou que mais da metade dos alunos recém-formados em medicina no estado foram reprovados no exame. A prova foi realizada em novembro deste ano e é obrigatória a todos os formandos de São Paulo.
A prova do Cremesp contou com 120 questões objetivas que abrangem problemas comuns da prática médica, de diagnóstico, tratamento e outras situações, em nove áreas básicas: clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde mental, epidemiologia, ciências básicas e bioética.
Dos 2.411 participantes, 54,5% acertaram menos de 60% da prova, ou seja, menos de 71 das 120 questões. O exame contou com a presença de 2.525 estudantes das 28 escolas médicas paulistas que funcionam há mais de seis anos. Cento e quatorze provas foram invalidadas.
“Esse exame é o retrato da realidade. É uma inferência de que alguma coisa vai mal”, destacou o presidente do CFM. “Defendemos um teste de progresso e uma avaliação da escola, como pré-requisito para exercer a profissão”, concluiu.
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Edição: Denise Griesinger