Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Oswaldo Trigueiro, disse hoje (11) que é preciso “cautela” e “prudência” na avaliação de uma possível repercussão formal das declarações atribuídas ao publicitário Marcos Valério e noticiadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a reportagem, em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), Valério disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou empréstimos bancários para serem usados para o pagamento de deputados da base aliada no esquema do mensalão.
“É importante termos conhecimento das circunstâncias em que esse depoimento foi feito e em que momento [para avaliar] se isso tem ou não repercussão formal. Temos que ter cautela e prudência para avaliar essa situação”, disse, após participar do lançamento da campanha Brasil contra a Impunidade, na capital federal.
Trigueiro acrescentou que a cautela é necessária para evitar que haja uma “manipulação do sistema de provas”, em que, após o réu ter sido condenado, “busca modificar o pensamento que ao início foi dado”. “As oportunidades foram dadas, não podemos ficar à merce do insucesso de um réu ou outro. Ou seja, se eu tive um insucesso vou denunciar, mais adiante tive benefício, então recuo na minha informação”, disse. “Se há ambiente novo de investigação, que se procedam nas investigações naturais”, acrescentou.
Valério prestou o depoimento em setembro, conforme o jornal, quando já havia sido condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
Edição: Carolina Pimentel