Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dez pessoas foram presas hoje (6) suspeitas de fazer parte de uma quadrilha de milicianos, o grupo paramilitar autodenominado Liga da Justiça, que atuava em cinco bairros da zona oeste do Rio. Três suspeitos ainda estão foragidos, inclusive o pastor considerado chefe da organização criminosa.
A Operação Pandora 2 é um desdobramento da Operação Pandora 1, ocorrida em setembro do ano passado, quando 17 pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do estado.
Nesta quinta-feira foram apreendidos um caminhão com combustível, supostamente adulterado, cinco carros importados, três armas, além de munição e cerca de R$ 30 mil. Segundo a polícia, a gangue está envolvida em agiotagem, extorsão, ameaças, comércio ilegal de combustíveis, além da exploração de transporte alternativo e de máquinas caça-níqueis.
O delegado Alexandre Capote disse que o grupo cobrava 30% de juros ao mês das vítimas e ameaçava as pessoas que atrasassem o pagamento. Ele explicou que os suspeitos seguiam um padrão: ameaças de morte dirigidas a parentes dos devedores, agressões e até assassinatos.
As investigações tiveram início há um ano e apontam o pastor Dijanio Aires Diniz como um dos chefes da quadrilha. O delegado disse que o pastor utilizava as dependências da Igreja Pentecostal Deus É Luz, em Campo Grande, na zona oeste, como escritório de empréstimos e cobranças.
"A igreja funcionava como escritório da milícia, onde o pastor fazia os empréstimos, cobrava os juros e, além disso, orientava fiéis para que votassem em determinados candidatos, algo que pode se identificar como um curral eleitoral", afirmou.
Edição Beto Coura // Matéria alterada às 9h53 do dia 7/12/2012 para corrigir informação. A Operação Pandora 1 ocorreu em setembro do ano passado e não deste ano, como o texto informava