Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A suspensão do Paraguai do Mercosul é um dos principais temas das discussões de hoje (30) da 6ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Unasul – União de Nações Sul-Americanas, em Lima, no Peru. Na ocasião, o Grupo de Alto Nível da Unasul vai apresentar um informe detalhado e sugestões sobre a situação política no Paraguai, que também está suspenso da Unasul. Desde a destituição de Fernando Lugo da presidência do Paraguai, em junho, o grupo – presidido por Salomón Lerner, acompanha a situação política no país, em contato com autoridades do Executivo, Judiciário e Legislativo, além de representantes da sociedade civil.
Ontem (29) o documento foi divulgado para os ministros de Relações Exteriores da Unasul. Na reunião dos chanceleres, Salomón Lerner recomendou a criação de uma comissão especial para acompanhar as eleições presidenciais paraguaias, em 21 de abril de 2013. Isso porque, em visita a Assunção, Lerner ouviu de integrantes da oposição e de aliados de Lugo que há riscos de fraudes e repressão durante o pleito.
Nos últimos meses, o governo do presidente paraguaio Federico Franco intensifica a campanha para tentar revogar a suspensão do país tanto do Mercosul, como da Unasul, jutificando que o Paraguai está em ordem e que as instituições democráticas estão em pleno funcionamento. No entanto, para os líderes sul-americanos, a destituição de Lugo ocorreu em meio ao rompimento da ordem democrática. Franco nega irregularidades.
A presidenta Dilma Rousseff cancelou sua participação na cúpula, por questões de agenda interna. Também estarão ausentes os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez. A reunião é comandada pelo presidente peruano, Ollanta Humala.
Já estão em Lima os presidentes José Mujica (Uruguai), Ramotar Donald (Guiana), Desiré Delano Bouterse (Suriname) e o vice-presidente brasileiro Michel Temer, que representa Dilma na cúpula. Devem chegar hoje ao país os presidentes Rafael Correa (Equador), Sebastián Piñera (Chile) e Evo Morales (Bolívia).
*Com informações da agência pública de notícias da Venezuela, AVN.
Edição: Denise Griesinger