Da Agência Brasil
Brasília – Os policiais civis do Distrito Federal decidiram suspender a greve iniciada há 81 dias, depois que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) considerou o movimento e ilegal e determinou o reinício imediato das atividades, sob pena de cortar o ponto dos manifestantes e multar em R$ 100 mil o sindicato da categoria.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policias Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), Ciro de Freitas, os policiais continuarão mobilizados. “ Isso não significa o fim do movimento. Vamos continuar com as articulações. A suspensão dará tempo para o retorno das negociações com o governo”, disse.
Freitas disse que os agentes policiais não têm reajuste salarial desde 2006. A categoria reivindica aumento de 40%, reestruturação das carreiras de agente policial, escrivão e papiloscopista, plano de saúde, devolução de policiais cedidos para atuar como agentes penitenciários além do aumento do efetivo policial.
“Não temos efetivo suficiente. Os plantões noturnos nas delegacias funcionam com apenas três policiais. O governo postergou a contratação para 2014. Ano que vem, na Copa das Confederações vamos trabalhar com o efetivo que temos”, disse o sindicalista.
O TJDF considerou a greve ilegal pelo descumprimento da manutenção de 80% do efetivo, mas o presidente do Sinpol contestou a informação. “Não faltou responsabilidade dos policiais civis. Várias operações foram mantidas e os plantonistas [ficaram] nas delegacias. Vamos questionar esses números no recurso”, contou Ciro.
O departamento jurídico do Sinpol recorrerá da decisão ainda nesta semana. A greve foi suspensa, mas a categoria manteve o estado de greve. No próximo dia 27, a categoria fará nova assembleia, depois da apreciação do recurso e não está afastada a possibilidade de voltar a cruzar os braços.
Edição: Tereza Barbosa