Atividade econômica do país se consolida gradualmente, segundo diretor do BC

07/11/2012 - 17h55

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A recuperação da atividade econômica do país vem se consolidando gradualmente, apesar das condições adversas da economia mundial, garantiu hoje (7) o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Anthero Meirelles, durante seminário sobre Expansão do Crédito no Brasil – Como Criar Oportunidades de Forma Segura, no Teatro da Caixa Econômica Cultural.

O diretor do BC destacou que os setores da economia têm apresentado “ótimas perspectivas”, graças aos bons números dos fatores que impulsionam a demanda. Exemplo disso, segundo ele, está na baixa taxa de desemprego, que marcou a mínima histórica de 5,4% em setembro, sustentada por uma criação de postos de trabalho que permanece “vigorosa”, além da renda e do crédito em “consistente trajetória de crescimento”.

Anthero Meirelles citou também os estímulos monetários e financeiros adotados para promover o crescimento, tais como a redução da taxa básica de juros (Selic) e dos depósitos compulsórios que os bancos recolhem ao BC. Mencionou ainda a melhoria das condições de liquidez do sistema financeiro e das bases de financiamento para as famílias e empresas, bem como incentivos fiscais e tributários, estímulo a novas modalidades de crédito e a operações com letras financeiras de longo prazo.

Apesar de os efeitos dessas medidas se materializarem com alguma defasagem, Meirelles disse que todas contribuem para a recuperação da atividade econômica e o fortalecimento natural do mercado de crédito, que saltou de pouco mais de R$ 400 bilhões, em janeiro de 2004, para R$ 2,2 trilhões, em setembro último – um avanço de 24,3% para 51,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas e serviços produzidos pelo país.

Ele destacou que o crescimento do crédito tem se dado conjuntamente com a melhoria da qualidade dos financiamentos contratados, em especial por causa do crédito imobiliário, que evoluiu de 1,45% do PIB para 5,9% do PIB, do início de 2004 para cá. Meirelles ressalvou, porém, que ainda há muito espaço para o aumento do crédito imobiliário, que corresponde a menos de 25% do estoque de crédito destinado às pessoas físicas.

A esse respeito, o vice-presidente de Governo da Caixa, José Urbano Duarte, acrescentou que as perspectivas do mercado imobiliário continuam fortes. Tanto que o balanço feito até ontem (6), pela Caixa, indicava financiamentos de R$ 83,4 bilhões na aquisição da casa própria este ano, acima dos R$ 80,09 bilhões financiados do ano passado. Ele acha possível chegar perto dos R$ 100 bilhões até final de dezembro. “Há espaço para continuar crescendo, e com certeza aumentaremos mais uns 10% no financiamento imobiliário em 2013”, declarou.

José Urbano disse que a partir de 2008, principalmente, os bancos públicos passaram a ter papel mais preponderante no mercado de crédito. Em especial, depois do lançamento do Programa Minha Casa, Minha Vida, que financia moradias para famílias de baixa renda e este ano é responsável por 36,8% do total de créditos imobiliários da Caixa.

O chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon, também participou do seminário e assegurou que sua função é de “busca contínua de aperfeiçoamento das condições para concessão de crédito”. Daí a necessidade de regras específicas para garantir total transparência sobre custos das operações de financiamento para o cidadão, tanto de bens de consumo como de imóveis. E um exemplo de respeito ao consumidor, no seu entender, é a possibilidade de transferir financiamentos entre bancos – a chamada portabilidade – para diminuir os custos da operação, de acordo com a conveniência do cliente.
 

Edição: Aécio Amado