Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um dos desafios para garantir o direito à alimentação e à segurança alimentar no país é criar mecanismos que garantam que as políticas públicas cheguem efetivamente aos mais pobres. A conclusão é da conselheira nacional do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Marília Leão.
Segundo Marília, uma forma de garantir que as políticas e ações de segurança alimentar cheguem à ponta é fortalecer os conseas estaduais. “Os estados precisam se organizar para fazer as políticas chegarem de fato. Somos muito bons em formular políticas, mas, muitas vezes, elas sofrem desestruturações até chegar à ponta”, disse hoje (30) ao participar do seminário Desafios Globais para o Direito Humano à Alimentação, à Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, organizado pelo Consea.
O investimento na capacitação dos servidores é outro ponto apontado pela conselheira como necessário para aprimorar a correta aplicação das políticas públicas.
A secretária executiva da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), Maya Takagi, destacou no seminário que a segurança alimentar não se restringe ao acesso ao alimento, trata-se de um conceito mais amplo que abrange também o acesso à terra, aos meios de produção e o acesso a alimentos saudáveis e com cultivo livre de agrotóxicos. “O acesso à terra ainda é um gargalo que gera insegurança alimentar. É preciso destacar ainda que hoje vivemos uma realidade preocupante em relação ao sobrepeso”, disse.
No seminário são apresentadas políticas públicas, programas sociais e experiências relacionadas ao combate à fome. Entre os participantes estão representantes de organizações da Índia, Moçambique e Equador.
Edição: Fábio Massalli