Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Equipamento inaugurado hoje (22) na sede do Laboratório de Semicondutores (LabSem) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) permitirá aumento considerável de produção de materiais semicondutores, ampliando pesquisas sobre monitoramento de gases tóxicos, imagens para a medicina e células de energia solar.
O equipamento é um reator de deposição de materiais semicondutores. Instalado em um anexo de 100 metros quadrados do LabSem, foi importado da empresa alemã Aixtrom e custou R$ 3 milhões, financiados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores (Disse) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O reator, considerado o mais moderno do tipo na América Latina, gera matéria-prima para detectores e para dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos, por meio de processo no qual elementos gasosos são depositados em camadas de dimensão submolecular, resultando em elementos de alto grau de pureza.
Segundo a professora Patrícia Lustoza de Souza, do LabSem e do Centro de Estudos em Telecomunicações (Cetuc), também da PUC-Rio, os maiores ganhos serão no acréscimo da capacidade de produção e pesquisa, além do treinamento de recursos humanos para a área, necessária com a chegada ao país de empresas que atuam com maquinário e produtos mais complexos.
“Este novo equipamento permitirá responder aos desafios. Vai dar maior dinamismo às pesquisas, porque a gente vai conseguir produzir materiais mais rapidamente, com materiais de melhor qualidade, maior pureza e maior controle. Isso tudo se traduz em desenvolvimento de dispositivos e desempenho melhor”, explicou.
A importância da parceria com empresas, em especial empresas incubadas, também é um dos focos desse trabalho, garantindo subsídio de parte dos custos de produção de materiais para empresas que não teriam condições de comprar e manter um equipamento de custo tão alto.
O LabSem dispõe de um modelo antigo do aparelho, adquirido em 1990, mas com capacidade de produção cerca de 20 vezes menor, e já considerado obsoleto. O aparelho atual tem vida útil, em alta performance, de dez anos, e atende grupos de pesquisa do Brasil e exterior, além de uma parceria com o Centro Tecnológico do Exército, focada no desenvolvimento de fotodetectores.
Pesquisam com o equipamento antigo 25 pós-graduandos, apenas parte deles da PUC-Rio. Souza estima que esse número pode facilmente quadruplicar com o novo equipamento. A área de semicondutores é premiada internacionalmente, com prêmios Nobel distribuídos a pesquisas em nanotecnologia e desenvolvimento de aplicações em materiais, como chips de grafeno, que deram o prêmio da academia sueca em 2010 a Andre Geim e Konstantin Novoselov.
Edição: Davi Oliveira