Da Agência Brasil
Brasília - Adolescentes de Brasília que cumprem medidas socioeducativas ficaram em terceiro lugar no Concurso da 9º Bienal Internacional do Rádio, que ocorreu no México nos dias 5 e 6 de outubro. Com o programa Liberdade É Oportunidade, os jovens mostraram seus posicionamentos sobre a aplicação das medidas socioeducativas, a ressocialização e a forma como a mídia apresenta os atos infracionais.
A produção do programa de rádio faz parte do Projeto Onda, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), que trabalha com alunos da rede pública de ensino. A coordenadora do projeto, Márcia Hora Acioli, contou que o programa chegou à Unidade de Internação do Plano Piloto [antigo de Centro de Atendimento Juvenil Especializado, o Caje], por uma necessidade de atender aos alunos que estão internados. “Nós escolhemos trabalhar também com o Caje porque ali é uma escola. Sentimos que o projeto poderia contribuir de alguma forma”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Os internos participaram de oficinas de produção, aulas de locução e redação. Cerca de 20 alunos, entre internos e não internos, participaram do programa. “Procuramos trabalhar com esses alunos para que eles tivessem perspectivas diferentes na produção, queríamos que houvesse uma troca de experiência durante o projeto”, destacou Márcia.
Segundo a coordenadora, a escolha do tema abordado no programa foi feita pelos próprios internos. “Era uma queixa deles. O programa fala de como é distribuição das oficinas dentro do Caje e eles queriam dizer que acham preconceituosa a forma como a mídia se refere a eles.”
Os internos concorreram na categoria Programa de Jovens para Jovens, única na qual não era obrigatória a divulgação do material em rádios ou na internet. Nessa categoria, obras amadoras foram os destaques. O primeiro lugar ficou com o programa A Democratização dos Meios de Comunicação no México, de Marcía de Carmen Santiago. O segundo lugar foi para As Realizações do México para os 200 Anos, de Emanuel Tapia Bedoll. O primeiro e o segundo colocado são produções mexicanas.
Os brasilienses receberam como prêmio 30 mil pesos, o equivalente a R$ 4.740, além de um certificado de participação. O valor do prêmio será investido no projeto.
Edição: Juliana Andrade