Guilherme Jeronymo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Quatro editais de estímulo às artes visuais lançados pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) têm inscrições abertas até a próxima segunda-feira (1°). Os editais fazem parte do pacote de R$ 160 milhões da instituição anunciado no começo de agosto, e os resultados estão previstos para a primeira quinzena de novembro.
As inscrições também podem ser formalizadas por e-mail a endereços eletrônicos divulgados no site da instituição. A medida, tomada para contornar as dificuldades com a greve dos Correios, foi mantida mesmo com o fim da paralisação na empresa determinado ontem (27) pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Os editais são a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2012, o Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 9ª edição, o 12º Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia e o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça – 5ª Edição.
“A data permanece porque, se não, o cronograma de desembolso da Funarte pode atrasar e, se chegar ao fim do ano, pode cair em uma burocracia qualquer e ficar para 2013, afetando todo o orçamento, o que a gente não quer”, explicou o diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, Xico Chaves, em entrevista à Agência Brasil.
O Marc Ferrez de Fotografia premiará 45 projetos com R$ 50 mil cada, em três módulos de premiação: Projeto de Livre Criação Fotográfica; Projeto de Documentação Fotográfica do Brasil; e Projeto de Produção de Reflexão Crítica sobre Fotografia. “A gente dá certo destaque, neste momento, a um projeto tradicional da Funarte, atualizando-o e abrindo um novo flanco para que a fotografia seja discutida”, disse Chaves.
Esse prêmio é anterior à extinção da Funarte, entre 1990 e 1994, e sua retomada na década passada foi uma resposta a grupos artísticos que trabalhavam diretamente com a linguagem fotográfica.
Mais amplo, o edital do Marcantonio Vilaça, com 15 prêmios entre R$ 70 mil e R$ 350 mil, fomentará projetos que serão destinados ao acervo de museus públicos e privados, tentando conciliar formação de público e o apoio às instituições da área.
Os valores, aparentemente elevados, estão até abaixo do que o mercado têm como referência para o investimento privado em arte. A qualidade, porém, tem se mantido alta, e as perspectivas para o ano são boas, segundo Chaves.
“Às vezes, compensa para o artista participar de uma exposição que vai dar divulgação pública do trabalho, pelo valor simbólico, pela possibilidade de a obra ser adquirida por um museu, de ser tombada, pesquisada por estudiosos e de expor o trabalho no futuro. Alguns artistas até doam suas obras, mas acho que elas têm de ser adquiridas, mesmo que a um valor mais baixo”, opinou.
Edição: Davi Oliveira
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