Carolina Gonçalves e Luciana Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A partir de segunda-feira (17), a Esplanada dos Ministérios, tradicional centro de decisões e manifestações políticas, será também sede de uma das principais mostras de cinema do país. Com as obras de reforma do Cine Brasília, palco do Festival de Cinema de Brasília, a 45ª edição do evento foi transferida para o Teatro Nacional.
Entre os dias 17 e 24 deste mês, 30 filmes concorrerão aos 42 prêmios do festival, distribuídos em cinco categorias. “Este ano, introduzimos um prêmio específico para [longa-metragem] documentário. No ano passado, tais filmes passavam pelo mesmo corpo de jurados da ficção. Agora, o festival abre espaço para uma linguagem que tem sido cultivada no Brasil”, explicou o secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira.
Com a mudança, os títulos selecionados entre mais de 600 inscritos disputarão prêmios que somam mais de R$ 600 mil, que serão distribuídos aos melhores longas-metragens de ficção e documentário e curtas-metragens de ficção, de animação e documentário.
Apesar de não ser pré-requisito da mostra, todos os filmes são inéditos. Os organizadores do evento acreditam que o cancelamento da quinta edição do Paulínia Festival de Cinema, em São Paulo, contribuiu para encorpar o evento deste ano em Brasília.
“Como o Festival de Paulínia não se realizou, os filmes importantes vieram para cá. Temos nas mãos possibilidade rica de concentrar, nesta 45ª edição, aquilo que de mais significativo se produziu. Ressalto que democratizamos a concepção do festival e ele ganhou visibilidade pública bastante significativa. Podemos prosseguir este ano pela qualidade”, disse Pereira.
Os organizadores do festival esperam repetir a receita da última edição. “No ano passado, tivemos sorte. Organizamos bem, mas também tivemos uma boa safra. A gente faz o festival, os cineastas, o filme, e o público define se gosta ou não”, destacou Pereira. Os filmes da mostra competitiva do ano passado são considerados adequados para qualquer circuito. “Isso, para mim, é um mérito. Não podemos conceber um festival como mostra apenas para cinéfilos. Temos que estimular as pessoas a gostar da maneira que os cineastas brasileiros fazem cinema”, acrescentou.
O festival deste ano tem outra característica que o diferencia dos demais: com sete títulos na disputa, produções pernambucanas lideram o ranking de filmes selecionados. “A presença de pernambucanos explica-se pelos investimentos públicos [no segmento]”, disse Pereira,. Segundo ele, as produções nordestinas selecionadas superam inclusive as dos eixos tradicionais do cinema brasileiro: São Paulo e Rio de Janeiro, que ocupam a segunda e terceira posições em volume de filmes a serem exibidas.
Os artistas de Brasília inscreveram mais de 100 filmes, mas apenas um foi incluído na disputa. A produção local também será contemplada na abertura do evento, com o longa Última Estação, de Márcio Curi. “É um filme muito bem cuidado, em que ele narra experiências humanas de diferentes locais do mundo. São histórias muito sensíveis, populares de pessoas de carne e osso com seus dramas e sonhos”, explicou o secretário de Cultura do Distrito Federal.
Os filmes exibidos no Teatro Nacional também serão apresentados, simultaneamente, no Teatro Newton Rossi, na Ceilândia, no Teatro de Sobradinho, e no Teatro Paulo Autran, do Sesc de Taguatinga. Haverá exibições também no Sesc do Gama. As reprises serão apresentadas sempre no dia seguinte à estreia dos filmes, no Centro Cultural Banco do Brasil, próximo à região central da cidade.
Edição: Nádia Franco