Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O aumento da base de consumo dos brasileiros e a mudança de comportamento da população do país na hora de pagar as contas - com a preferência pelos cartões de crédito, débito e de loja em substituição às outras formas de pagamento - levou o setor a ampliar o faturamento em 20% no segundo trimestre deste ano, com movimentação de R$ 191 bilhões.
Cada uma das modalidades apresentou as seguintes evoluções: crescimento de 14% nos cartões de crédito; 19% de débitos e 12% nos de rede e loja. A comparação é com o mesmo período do ano passado. O crescimento ocorre apesar de os juros cobrados no cartão de crédito no Brasil serem os maiores da América Latina, de acordo com levantamento divulgado em julho pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste).
A performance do setor foi anunciada hoje (12) pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Claudio Yamaguti. Ele afirmou que há espaços a serem explorados para aumentar ainda mais este ritmo de crescimento. “O crediário é uma aposta e ainda tem um espaço enorme para utilização cada vez maior dos cartões de débito, o que é uma questão de hábito”, pontuou o dirigente.
Com base nisso, segundo Yamaguti, a entidade refez os cálculos sobre a previsão de faturamento deste ano, com o crescimento passando de 20% para 21% e faturamento projetado de R$ 812,8 bilhões. O número de transações deverá alcançar 9,7 bilhões, com alta de 17% sobre 2011, e a quantidade de cartões chegando a 746 milhões, 9% acima de igual período do ano passado.
No segundo trimestre deste ano, a utilização dos cartões resultou em 2,3 bilhões de operações, com aumento de 16% sobre o segundo trimestre de 2011, e o total de cartões distribuídos entre os consumidores somou 718 milhões, uma expansão de 9%.
Isoladamente, o faturamento com os cartões de crédito atingiu R$ 111 bilhões, volume 20% maior do que o do segundo trimestre de 2011. A pesquisa mostra também que o ritmo de crescimento no uso dos cartões de débito foi maior, com receita de R$ 56,5 bilhões (alta de 23%) e total de transações de 2,3 bilhões (crescimento de 16%).
De acordo com a Abecs, o que explica em parte o aumento do faturamento com os cartões de crédito é o aumento de gastos de brasileiros no Exterior com compras que chegaram a R$ 6 bilhões, uma alta de 22%. Também cresceu o montante relativo aos gastos por estrangeiros no Brasil, com alta de 20% e valor de R$ 2,2 bilhões.
Edição: Davi Oliveira