Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A importação de materiais de construção teve, em média, movimentação 15,5% maior, por ano, no período de 2005 a 2011, e a competitividade da indústria brasileira do setor caiu 35%, no mesmo período, devido à valorização cambial, de acordo com dados divulgados hoje (12) pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
Segundo a entidade, entre 2005 e 2011, o saldo comercial do setor recuou R$ 1,9 bilhão e as exportações caíram 2,5%.
De acordo com o presidente da Abramat, Walter Cover, no período de 2005 a 2008, as empresas reagiram bem e houve ganho de produtividade de 4% ao ano. Mas, a partir de 2008, a agressividade da queda dos preços dos produtos e o aumento das importações fizeram a competitividade andar no sentido contrário.
“Por isso a indústria não conseguiu mais responder com aumento de produtividade. Até 2005, a produtividade teve aumento de até 114%. A partir de 2009, começou a cair, chegando a 86,85% em 2011”, disse Cover. Ele ressaltou também que o câmbio foi favorável às importações, mas se houvesse um custo Brasil menor, haveria possibilidades de um desempenho superior.
Entre os segmentos mais afetados pelo crescimento das importações, a Abramat destacou os equipamentos de distribuição de controle e energia, vidros e produtos de vidro, siderurgia e produtos cerâmicos. “Nós nem sabíamos que isso aconteceria, mas o governo, na semana passada, aumentou o Imposto de Importação para esse conjunto de produtos. Alguns deles, o governo se deu conta de que havia uma concorrência muito forte e tomou essa medida. Ainda é preciso a aprovação do Mercosul, mas o efeito deve ser imediato”, disse Cover.
O presidente da Abramat lembrou que o governo também prorrogou a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até 2013 e incluiu novos produtos nesse grupo. “Acreditamos que inclua os demais nesse conjunto até o final do ano e vamos batalhar para aumentar o Imposto de Importação de outros produtos. Nós acreditamos que medidas como essa consigam segurar o que estava mais gravado em termos de efeitos danosos da importação”.
Edição: Lana Cristina