Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, cobrou hoje (10) das autoridades do Irã mais cooperação para a fiscalização do programa nuclear desenvolvido no país. Amano disse que houve avanços, mas ainda insuficientes, a fim de restabelecer a confiança da comunidade internacional. O Irã é alvo de suspeitas de produção de armas atômicas que levaram a uma série de sanções ao país. Amano também cobrou colaboração dos norte-coreanos.
“Apelo ao Irã para que tome medidas para a plena implementação de todas as obrigações pertinentes a fim de estabelecer a confiança internacional sobre a natureza exclusivamente pacífica do seu programa nuclear”, disse Amano, na abertura da reunião dos governadores (que representam todos os países integrantes da agência), em Viena, na Áustria.
Amano lembrou que foi intensificado o diálogo entre a Aiea e o Irã desde janeiro deste ano, mas sem apresentar “resultados concretos”. Para a agência, é fundamental que inspetores internacionais vistoriem a Base Militar de Parchin. Mas os estrangeiros não receberam autorização para ingressar na base.
“Em uma carta de 29 de agosto de 2012, o Irã disse que a alegação das atividades nucleares no local era sem fundamento. [Porém] é necessário que [inspetores] tenham acesso ao local sem demora a fim de obter os esclarecimentos necessários”, disse Amano. “O Irã não está oferecendo a cooperação necessária para nos fornecer garantias críveis sobre a ausência de material nuclear não declarado e suas atividades”, completou.
Amano também cobrou colaboração do governo da Coreia do Norte, considerado um dos países mais fechados do mundo. Segundo ele, a divulgação de informações sobre o enriquecimento de urânio preocupa a comunidade internacional, assim como a construção de um reator.
“A agência está pronta para desempenhar um papel essencial na verificação do programa nuclear da Coreia do Norte e apelo para que [o governo norte-coreano] cumpra plenamente suas obrigações sob as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança [das Nações Unidas] e coopere pronta e totalmente”, disse Amano.
No seu discurso, o diretor-geral da Aiea ressaltou ainda que até o final de junho, a agência recebeu relatos de 163 incidentes envolvendo o tráfico ilícito de material radioativo no mundo. Houve, ainda, 11 incidentes relativos à tentativa de comercializar o produto. O discurso completo de Amano pode ser lido no endereço eletrônico da Aiea.
Edição: Juliana Andrade