Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Nem mesmo a longa espera em filas que dobravam os quarteirões desanimou os milhares de visitantes da segunda virada cultural da mostra Paris e a Modernidade: Obras-Primas do Acervo do Museu D'Orsay. Paulistanos e turistas que enfrentaram as filas em frente ao Centro Cultural do Banco do Brasil afirmaram à Agência Brasil que a demora “valeu a pena”.
O conjunto artístico com 85 telas faz parte de uma coleção de mais de 25 mil obras do acervo do Museu D'Orsay, um dos mais visitados no mundo. Neste fim de semana, pela segunda vez desde a abertura da mostra no último dia 4 de agosto, os organizadores ampliaram o período de visitação: 39 horas ininterruptas com início às 8h de ontem (7) e término às 23 de hoje (8).
A expectativa dos organizadores é que 20 mil pessoas visitem a exposição apenas neste fim de semana. Do começo de agosto até agora, a mostra já foi vista por um público superior a 200 mil visitantes. Uma jornada semelhante está programada para o final da temporada, entre os dias 6 e 7 de outubro, e, logo em seguida, o acervo será levado para exposição no CCBB do Rio de Janeiro.
Entre as pinturas, cuidadosamente enquadradas em ricas molduras e valorizadas por fechos de luz, estão obras de Claude Monet, Edouard Manet, Pierre-Auguste Renoir, Camille Pissaro, Edgar Degas e Vincent Van Gogh.
Atraída pela obra deixada por esses artistas, a pintora Marilena Carvalho, 60 anos, chegou ao local às 10h. Entretanto, às 13h20 ela ainda estava na fila aguardando a sua vez de entrar no local. Ela disse já ter visto muitos dos quadros expostos e destacou o gosto pela arte impressionista e pelo “uso das cores fora do lugar comum dos ateliês”. “Não é tão sombreada e segue um tom acadêmico. Mostra com realidade a água, os matizes do céu e de outros aspectos da natureza”, definiu.
A engenheira Tânia Cristina, 53 anos, saiu de Ribeirão Preto, no interior do estado, apenas para ver as obras. Apesar de conhecer o Museu D'Orsay, em Paris, ela afirma que não se arrependeu de esperar três horas na fila para ver mais uma vez a arte impressionista.
“Vim entender os detalhes que os autores deixaram nas obras para criar os meus próprios”, justificou Daniel Marques, 17 anos, de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, enquanto admirava a primeira tela da mostra, Noite ou O Baile, de 1878, um óleo sobre tela de James Tissot, cujas cores com predomínio do amarelo, chamam a atenção para o vestido usado por uma jovem.
Edição: Lílian Beraldo