Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Três semanas depois das mortes de 34 trabalhadores da Mina de Marikana, no Noroeste da África do Sul, o Sindicato Nacional dos Mineiros do país e a empresa Lonmim (que administra a mina) fecharam hoje (6) um acordo que encerra o impasse entre ambos. Por quase um mês, os mineiros mantiveram um movimento de greve que levou a confrontos com policiais armados. Um dos confrontos resultou em 34 mortes e mais de 70 feridos.
O episódio foi considerado o mais violento da África do Sul desde o fim do regime do apartheid (de segregação racial), que acabou em 1994. O acordo foi assinado, em Rustenburg, a 100 quilômetros de Joanesburgo, a capital do país, e contou com a mediação do Ministério do Trabalho e líderes religiosos.
Pelo acordo, os trabalhadores se responsabilizam a voltar às atividades na mina da Lonmin em Marikana e retomarem as negociações. Porém, não está definido como ficará a área na qual 34 mineiros foram mortos e mais de 70 ficaram feridos.
O presidente do sindicato, S'Du Dlamini, disse que há agora bases para uma negociação salarial "realista e sensata". O porta-voz da empresa Lonmim, Sue Vey, acrescentou que houve progressos e é possível ser otimista.
Para especialistas, as presenças de várias partes à mesa das negociações e representação dos mineiros de Marikana é um dos principais obstáculos ao diálogo. Além de dois sindicatos, os mineiros são representados também por um comitê de cinco membros.
Também é apontado como obstáculo a prisão de 270 mineiros – que permanecem em celas. Apesar de o Ministério Público ter retirado as acusações de assassinato contra os mineiros, apenas uma parte dos detidos foi libertada.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Carolina Pimentel
Governo, mineiros e empresários retomam negociações para fim do impasse na África do Sul
Mineiros da África do Sul retornam ao trabalho, depois da morte de 34
OIT cobra da África do Sul melhores condições de trabalho para mineiros, depois que 34 morreram
África do Sul faz homenagem às 34 vítimas de conflitos com a polícia