Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Seis soldados da Aeronáutica flagrados em um vídeo no qual aparecem agredindo violentamente um recruta durante trote, já foram identificados e serão afastados da Força. Eles correm risco de ser expulsos da Aeronáutica, mas isso só será decidido após a conclusão do inquérito policial militar (IPM). A agressão ocorreu em um alojamento do Hospital da Aeronáutica, em Belém. Em nota, o Comando da Aeronáutica (Comar) informou que o caso será encaminhado para a Justiça Militar.
A Agência Brasil apurou que, em julho, a Justiça Militar arquivou um caso similar de trote violento, ocorrido também na capital paraense, praticado há cerca de dois anos em um batalhão da Aeronáutica.
O crime mais recente foi divulgado em vídeo postado na internet, após ter sido veiculado em uma emissora de televisão local. Nele, quatro soldados aplicam o trote no recruta, que é obrigado a fazer flexões e, logo em seguida, aplicam uma série de chutes e golpes violentos com pedaços de pau e toalhas.
Ao tomar conhecimento do fato, o Comando da Aeronáutica emitiu nota de repúdio, dizendo ter identificado os seis soldados que teriam participado das duas agressões. Na nota, o Comar diz que o caso será investigado “para que os fatos sejam completamente esclarecidos e os culpados recebam as punições no rigor da lei”, e que os soldados já foram afastados do serviço armado.
A nota diz também que os seis envolvidos poderão ser expulsos da Aeronáutica e que, após a conclusão do inquérito policial militar, o caso será encaminhado para a Justiça Militar.
O caso de agressão ocorrido em dezembro de 2010 na Aeronáutica em Belém também foi registrado em vídeo. Nele, aparecem vários recrutas sendo agredidos de diversas formas por outros militares. Em determinado momento, alguns foram postos um em cima do outro e obrigados a respirar gás lacrimogêneo. Aqueles que tentaram sair apanharam ainda mais.
De acordo com o Comando da Aeronáutica, foi instaurada ocorrência para investigar o caso e as conclusões foram encaminhadas à Justiça Militar. No entanto, no dia 27 de julho, o 1º Comando Aéreo Regional recebeu ofício da 8ª Circunscrição Judiciária Militar, informando que o caso foi arquivado, não cabendo, portanto, punição criminal pelo ocorrido. O caso retornou, então, à Aeronáutica.
De acordo com a Aeronáutica, o 1º Comando abriu, então, processo interno para aplicar punições administrativas com base no Regulamento Disciplinar da Aeronáutica. As penas podem ir de detenção à expulsão, e devem ser aplicadas no prazode 30 dias.
Edição: Nádia Franco