Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisa Anual do Comércio (PAC) divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as vendas no varejo (em pequenas quantidades, direto para o consumidor) superaram as do atacado em 2010. No período, os varejistas também empregaram mais e tiveram maior participação no pagamento de salários no setor.
O levantamento descreve as características estruturais do comércio em três grandes divisões (comércio varejista, atacado e veículos). Segundo o IBGE, em 2010, 1.526 mil empresas comerciais geraram R$ 1,9 trilhão de receita operacional líquida, empregando 9,4 milhões de pessoas e pagando aos funcionários R$ 112,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
Dos três setores pesquisados, o total de 1,2 milhão de empresas do varejo foi responsável por quase a metade da receita líquida do comércio, R$ 788,4 bilhões (42,5%). As 50 mil unidades com 20 ou mais pessoas ocupadas tiveram maior peso, produzindo R$ 1,4 trilhão de receita e absorvendo a maior parte do pessoal, 3,9 milhão de pessoas (42,2%), e pagando R$ 64,1 bilhões a esses funcionários.
Já o comércio atacadista, com 169 mil empresas (11,1%) produziu R$ 788,4 bilhões de receita líquida (42,2%) do comércio e empregou 1,5 milhão de pessoas de pessoas. Foram pagos em salários, retiradas ou outras remunerações R$ 29,3 bilhões.
Por sua vez, o comércio de veículos, peças e motocicletas gerou R$ 280,8 bilhões de receita operacional e ocupou 887 mil trabalhadores. No período, pagou R$ 13 bilhões em salários.
A margem de comercialização dos setores, entendida como a diferença entre a receita líquida da revenda e o custo das mercadorias para o varejo, o atacado e indústria automobilística foram R$ 206,4 bilhões (52,3%), R$ 146,4 bilhões (37,1%) e R$ 41,6 bilhões (10,6%), respectivamente.
Revendas
As revendedoras de veículos automotores somaram 22,7 mil e, juntas, arrecadaram R$ 202,9 bilhões de receita, o correspondente a 72,6% do segmento, sendo responsável por R$ 59,4 bilhões (20,8%) distribuídos para as 113,9 mil empresas do setor (74%). Já o comércio de motocicletas, com 10,3% das empresas, participou com R$ 18,4 milhões e 15,8 mil estabelecimentos. No segmento de automotores, a vendas de peças empregou 506 mil pessoas, que receberam um montante total de R$ 6 bilhões.
No comércio por atacado, a revenda de combustíveis e lubrificantes arrecadou R$ 202,5 bilhões, o equivalente a 26,9% da receita líquida de revenda, gerada por 1,9 mil empresas (1%). Já as revendedoras de alimentos, bebidas e fumo apresentaram uma participação também significativa na receita do segmento, R$ 126,5 bilhões ou 16,8%. Também tem destaque o número de funcionários contratados, 27,8 mil, que receberam em 2010 R$ 5,2 bilhões em salários.
Por sua vez, no comércio varejista, as categorias supermercados/hipermercados e combustíveis/lubrificantes arrecadaram parcela importante da receita. A primeira, com 1% do setor, o equivalente a 12,140 mil empresas e 1 milhão de funcionários, gerou R$ 193,3 bilhões. A de combustíveis arrecadou R$ 139,8 bilhões, com o dobro de empresas (29,5 mil) e 350 mil empregados.
Segundo a pesquisa, a maior parte da receita da revenda saiu do Sudeste, que também liderou com maior margem de comercialização, salários, pessoal ocupado e número de revendas.
Edição: Juliana Andrade