Redução de horas trabalhadas teve impacto negativo no desempenho da indústria em maio, diz Fiesp

28/06/2012 - 17h28

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, avaliou que o resultado negativo da indústria no mês de maio está associado à redução de 0,8% das horas trabalhadas na produção e de 1,9%, das horas médias trabalhadas.

Segundo dados divulgados hoje (28), o nível de atividade da indústria paulista caiu 0,6% (com ajuste sazonal) em maio. De acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA), sem o ajuste, o INA registrou elevação de 7,4% em maio na comparação com abril.

Já na comparação com maio do ano passado, houve queda de 5,9%. No acumulado de janeiro a maio, foi observada redução de 6,3%, assim como nos últimos 12 meses, quando a retração foi 3,1%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,6%, ficando em 80,4 em maio, enquanto em abril foi 81 e em maio do ano passado, 82,9.

Entre os setores que se destacaram está o de máquinas e equipamentos que mostrou recuperação ao crescer 8,9% ante abril e 8,6% com relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a maio, o INA indica que houve crescimento de 8% e no acumulado dos 12 meses, 7,2%. "O setor já se manifestou dizendo que a melhoria da taxa de câmbio melhorou as exportações, mostrando que o setor já tem sinais positivos das alterações feitas pelo governo", disse Francini.

Já o setor de veículos automotores apresentou recuo na atividade. De acordo com o levantamento, em maio, foi registrada uma retração de 0,7% na comparação com abril e 8,2% ante maio de 2011. No acumulado do ano, a queda foi 9,1% e, nos últimos 12 meses, 3,9%. Segundo Francini, esse resultado se deve à diminuição das horas trabalhadas na produção (-5,9%), das horas médias trabalhadas (-4,8%) e do Nuci (-1,4%).

“O reflexo de medidas adotadas pelo governo na área tributária, para o setor, tem promovido certa recuperação nas vendas que não chegou ainda na produção. Se eu tenho estoques elevados, mesmo que eu tenha uma demanda que cresce enquanto não forem absorvidos os estoques elevados, a produção não reage na medida da demanda”.

Francini ressaltou que o crescimento das vendas deve chegar em algum momento à área de produção. O diretor do Depecon disse ainda que, de acordo com revisão feita pela Fiesp, a previsão é que o INA tenha queda de 2 pontos percentuais com relação a 2011.

Edição: Lana Cristina