Da Agência Brasil
Brasília – Há mais de um mês em greve, professores das instituições de ensino federais realizaram hoje (28), em frente ao Banco Central do Brasil, manifestação para reivindicar melhorias na educação do país e o investimento de 10% do PIB na área. Além de Brasília, o protesto ocorreu em outras capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo e Cuiabá.
O protesto em Brasília, organizado pelo comando nacional de greve, reuniu mais de 200 pessoas, entre docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes. Eles reivindicam reajustes salariais, restruturação do plano de carreira, melhoria na infraestrutura das instituições, além de maior investimento na educação pública.
De acordo com Marinalva Oliveira, professora da Universidade Federal do Amapá (Unifap), o manifesto ocorreu em frente ao Banco Central do Brasil por simbolizar a política econômica do país. “O governo destina quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB) para pagamento dos juros da dívida externa, enquanto a educação fica com menos de 4%. Essa política orçamentária mostra que a prioridade do governo não é com a educação”, disse.
A professora ressaltou que, apesar da Comissão Especial de Educação da Câmara dos Deputados ter aprovado 10% do PIB para o setor, na última terça-feira (26), o prazo para atingir esse percentual é até 2023.
O estudante de serviço social da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Brito, disse que as associações e sindicatos de educação não estão satisfeitos com o texto aprovado na Câmara. “Queremos 10% do PIB para educação pública e queremos já”, desabafou.
Marinalva Oliveria disse também que os docentes ainda não receberam nenhuma proposta do Governo Federal. "Já estamos paralisados há 42 dias. Mais de 100 mil professores participam do movimento, o que representa cerca de 95% da categoria, e o governo ainda não apresentou nenhuma proposta. Essa atitude mostra o descaso com a educação do país”.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) informou que a pauta de reivindicações dos docentes e de outros 50 sindicatos que representam servidores públicos federais estão em análise. De acordo com o Mpog, as propostas de cada sindicato estão sendo analisadas separadamente. A expectativa é que o governo apresente proposta para todas até dia 31 de julho. O prazo final para responder a todas reivindicações é 31 de agosto, quando o Poder Executivo tem que encaminhar a Lei Orçamentária de 2013 para ser apreciada no Congresso Nacional.
Até agora, 56 das 59 universidades federais participam da greve, além de 33 dos 38 institutos federais, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet) e o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) não soube informar quantos estudantes estão sendo afetados com a paralisação.
Edição: Fábio Massalli