Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Apesar da projeção do Banco Central (BC) de que a economia brasileira crescerá 2,5% em 2012, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, continua prevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá mais do que no ano passado, quando a expansão foi 2,7%. Segundo ele, o aumento da renda da população e as medidas de estímulo anunciadas nas últimas semanas contribuirão para que a economia acelere a partir do segundo semestre.
O secretário não quis dar números sobre as previsões da Fazenda, mas assegurou que a economia vai crescer mais do que o estimado pelo Relatório de Inflação do BC. “Não estou dizendo que [a economia] pode [crescer mais que em 2011], mas que vai”, declarou. “Vamos fazer todo o esforço para que a economia brasileira tenha um crescimento vigoroso”.
Em relação a uma previsão precisa da pasta de crescimento para este ano, Holland disse que prefere esperar o impacto das medidas adicionais de estímulo para divulgar um número. As estimativas da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda para a economia brasileira costumam ser divulgadas a cada dois meses, no boletim Economia Brasileira em Perspectiva.
Para justificar a diferença de visão em relação ao Banco Central, o secretário destacou que os modelos econômicos da Fazenda e da autoridade monetária são diferentes. “O Banco Central usa outros cenários de referência, como as variáveis do estado atual da economia e as projeções de mercado. A cada trimestre, o desvio-padrão [das amostras] se amplia fortemente. Não é um dado que se possa tomar como preciso e certo, apenas a probabilidade de que determinado cenário aconteça”, avaliou.
Apesar da estagnação do PIB no último trimestre de 2011 e no primeiro trimestre de 2012 e da crise econômica internacional, o secretário informou que está confiante na retomada do crescimento e disse que a economia brasileira atravessa um momento especial. “O desemprego tende a se manter baixo. O poder de compra da população está preservado e há estabilidade macroeconômica, com câmbio ajustado, juros em queda, inflação sob controle e equilíbrio fiscal. O Brasil está se comportando bem num ambiente de incerteza internacional”, declarou.
Edição: Rivadavia Severo