Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de 21 estados já aprovaram adesão à greve da categoria, iniciada no último dia 18, conforme balanço divulgado hoje (27) pela Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra.
O servidor Reginaldo Marcos Aguiar, dirigente da confederação, afirmou à Agência Brasil que pelo menos metade dos servidores do Incra já teriam aderido ao movimento. Segundo a entidade, apenas os servidores do órgão no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Sergipe, Alagoas e Roraima ainda não aderiram ao movimento.
"O percentual médio de adesão varia muito conforme o estado, ficando entre 30% e 70% dos trabalhadores", disse Aguiar. "O que a gente quer é prestar um bom serviço, mas não temos orçamento, nem pessoal, nem estrutura”.
A paralisação foi aprovada em 25 das 30 superintendências do Incra espalhadas pelo país – alguns estados têm mais de uma superintendência. Em 20 delas, a greve já começou, e em pelo menos outras cinco a deflagração está marcada para os próximos dias.
Na última segunda-feira (25), integrantes do comando de greve foram recebidos pelo presidente do Incra, Celso Lacerda. Segundo a confederação, Lacerda informou que o governo respeita o direito de greve e está analisando a pauta de reivindicações. Na próxima semana, a direção do Incra deve apresentar um projeto de reestruturação do órgão aos ministérios do Planejamento e da Casa Civil.
A categoria reivindica a reestruturação de carreiras, reposição salarial de 22%, novas contratações por concurso público e melhoria das condições de trabalho.
De 1985 a 2011, segundo a confederação, o quadro de pessoal do Incra foi reduzido de 9 mil para 5,7 mil trabalhadores. Pelo menos 2 mil servidores do Incra estarão em condições de se aposentar até 2014, o que aumentará o déficit de pessoal do órgão.
A categoria reclama ainda de distorções salariais em relação aos servidores de outros órgãos públicos. A última greve do Incra, ocorrida em 2010, chegou a durar dois meses, em alguns estados.
De acordo com a Associação dos Servidores do Incra no Paraná, a adesão à greve no estado chega a 47%. Dos 150 servidores no estado, 70 estão de braços cruzados. "Os serviços mais afetados pela greve são os pedidos de aposentadoria de trabalhador rural e a atualização cadastral de propriedades rurais, que é feita só aqui na sede do Incra em Curitiba", afirmou João Wagner Silva, diretor da associação.
Amanhã (28) pela manhã, servidores do Incra, do IBGE e das instituições federais de ensino promovem passeata conjunta e manifestação em frente à sede do Banco Central em Curitiba.
Edição: Davi Oliveira