Observatório para melhorar atendimento a dependentes químicos começa a funcionar até agosto no Rio

26/06/2012 - 18h47

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Com objetivo de melhorar o serviço de atendimento e acompanhamento dos dependentes químicos no estado do Rio de Janeiro, começará a funcionar até o próximo mês de agosto, na capital fluminense, o Observatório Estadual de Gestão e Dados sobre Drogas, disse hoje (26) à Agência Brasil o presidente do Conselho Estadual de Política sobre Drogas do Rio, Leonardo Pecoraro.

O trabalho será feito em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O observatório, entre outras ações, vai sistematizar os dados referentes ao consumo de drogas no estado e sobre a qualidade da rede de serviços de atendimento a dependentes químicos, que foi ampliada este ano para seis unidades regionais, elevando o número de vagas de 180 para 290.

Ele também continuará com o serviço de coleta de dados sobre as condições de vida dos usuários de drogas para proposição de novas metodologias de intervenção e assistência. ”Não se vai interromper o serviço que já existe. Os usuários e as famílias que hoje são atendidos vão continuar sendo atendidos da mesma maneira”, garantiu Pecoraro. “A gente vai ter noção de como está a questão do consumo em todo o estado, para ter uma leitura panorâmica do consumo, das variáveis sociais, das implicações, dos agravos e da qualidade dessa rede no estado”, completou.

De posse dos dados, e a partir da produção de metodologias de intervenção, o observatório vai trabalhar na capacitação das equipes dos seis centros regionais, além da qualificação de profissionais de serviços municipais que atuam com dependentes químicos.

Não existe ainda, segundo o presidente do conselho, um lugar que congregue todos os dados sobre usuários de drogas no estado. “O que ocorre é que os sistemas de vigilância e informação acabam sempre trabalhando com dados de subnotificação. A gente trabalha com dados de usuários que procuram o serviço [de atendimento]”, disse. “Mas são dados que precisam de monitoramento”, ressaltou. Por causa disso, segundo Pecoraro, a partir de agora, os serviços vão passar a ir até os usuários, gerando dados que serão de grande valia para o trabalho de prevenção e combate às drogas.

Ele, que também é assessor de Políticas sobre Drogas da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, disse que o Conselho Estadual de Política sobre Drogas está trabalhando também em propostas encaminhadas pelos fóruns sobre drogas, ocorridos em 2010 e 2011, no sentido de elaborar um texto que crie as diretrizes de uma política sobre o tema no estado.

“Uma proposta que seja pautada não em uma política de gabinete, que saiu da cabeça de alguém, mas que tenha de fato um fundamento. Propostas vindas de uma realidade que é verificada nos serviços [de atendimento]”, explicou.

Na próxima reunião do conselho, programada para julho próximo, Pecoraro acredita que já se terá um esboço do trabalho e um cronograma para conclusão da política estadual.

 

Edição: Aécio Amado