Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), defendeu há pouco que os países integrantes do Mercosul e da União de Nações Latino-Americanas (Unasul) adotem apenas sanções de caráter político ao Paraguai em virtude da destituição do ex-presidente Fernando Lugo. Para o petista, eventuais restrições de ordem econômica atingiriam “frontalmente” a população paraguaia.
“Acho equilibrada a opinião do governo brasileiro no sentido de que o que aconteceu no Paraguai no mundo da política não possa trazer prejuízos à população do Paraguai. Portanto, sanções econômicas, muito mais do que atingir aqueles que patrocinaram o novo golpe atingiriam frontalmente a população paraguaia”, argumentou o presidente da Câmara.
Marco Maia ainda classificou o impeachment de Fernando Lugo de golpe e criticou a Constituição do Paraguai por permitir que o processo de destituição de um presidente de se dê da forma como foi feita. Lugo sofreu processo de impeachment na sexta-feira (22) acusado de má gestão. Em menos de 24 horas, a Câmara e o Senado paraguaio aprovaram a saída dele da Presidência. O vice-presidente, Federico Franco, assumiu o poder.
“Se o presidente Lugo tinha um comportamento mais próximo dos movimentos sociais, dos trabalhadores mais pobres do país, isso não pode e não deve, de forma alguma, ser motivo de condenação ou impeachment. Há o argumento de que tudo ocorreu dentro da lei, mas se a Constituição do Paraguai pressupõe a possibilidade de impeachment em apenas 24h, o Parlamento já deveria ter mudado a lei”, frisou o petista.
Para Maia, é preciso evitar situação como a ocorrida no país vizinho. “O nosso sentimento, neste momento, é de indignação, ao mesmo tempo de perplexidade, e não nos resta outro caminhão se não cobrar que sejam adotadas medidas para que no futuro ações como essas não venham a se repetir”, acrescentou Maia.
Edição: Talita Cavalcante
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