Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A assinatura hoje (13) do contrato de financiamento entre o Banco do Brasil e o governo fluminense, no valor de R$ 3,645 bilhões, foi possível, segundo a presidenta Dilma Rousseff, graças às condições que o Brasil apresenta para superar a atual turbulência econômica e financeira internacional.
Os recursos serão aplicados em obras de infraestrutura urbana e de mobilidade, dentro do Programa de Melhoria da Infraestrutura Rodoviária e Urbana e da Mobilidade das Cidades (Pró-Cidades), totalizando 14 projetos. Todas as 92 prefeituras fluminenses serão beneficiadas pelos investimentos do Banco do Brasil para melhorar as condições do meio ambiente, do saneamento e de infraestrutura, “gerando empregos e resolvendo problemas sociais sérios”.
“Aqui, hoje, nós temos uma prova de que conseguimos e temos autonomia para enfrentar este momento e esta conjuntura de crise internacional”, disse Dilma. A presidenta declarou que isso ocorre não somente em razão dos US$ 370 bilhões em reservas internacionais que o país possui ou dos recursos depositados no Banco Central, no montante de quase R$ 400 bilhões.
“O Brasil pode enfrentar a crise externa, sobretudo porque hoje é um outro país”, disse Dilma. As condições para isso foram criadas ao longo de mais de uma década, a partir da concepção de um novo modelo de inclusão social que formou um mercado interno e elevou 40 milhões de pessoas que viviam na miséria à classe média. “Esse processo prossegue”, disse a presidenta.
Apesar do fortalecimento do mercado doméstico, Dilma reconheceu que o Brasil “tinha e tem um consumo reprimido”. Segundo a presidenta essa demanda reprimida é formada por milhões de brasileiros sem acesso à moradia e vários bens de consumo. “Nós somos um dos melhores mercados de varejo do mundo por conta dessa demanda reprimida, ainda não saciada”.
Dima destacou que o papel do governo é investir. “Por isso, nós estamos aqui hoje”. O crédito que será liberado pelo Banco do Brasil ao governo do Rio de Janeiro é possível porque “o estado amadureceu”. Dilma Rousseff acrescentou que o empréstimo, o maior já concedido pelo Banco do Brasil a um estado da Federação, foi obtido por meio de “critérios exigentes e passou por todas as checagens”.
A presidenta da República declarou que o governo deverá continuar se esforçando para manter o investimento no país crescendo, a partir de uma parceria com a iniciativa privada. “Nós precisamos investir juntos”. O governo, comentou, não vai parar de fazer “o possível e o impossível” para enfrentar a crise internacional. Nesse sentido, Dilma defendeu a redução dos juros no país. “Não há razão técnica para manter a taxa de juros que o país vem mantendo ao longo dos anos, porque nós temos hoje uma solidez fiscal que não tínhamos”.
Na avaliação do governador do Rio, Sérgio Cabral, o empréstimo concedido pelo Banco do Brasil “vai ser traduzido em muitos empregos em todo o estado”.
Edição: Fábio Massalli