Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Com cartazes e adesivos, cerca de 200 médicos da rede pública federal do Rio de Janeiro protestaram hoje (12), em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso, contra a Medida Provisória (MP) 568, que reduz em 50% o salário da categoria, aumenta a carga horária de 20 horas para 40 horas semanais. Segundo eles, a MP afeta também aposentados e pensionistas. Manifestações semelhantes foram realizadas em vários estados e no Distrito Federal. No início da tarde, porém, o governo admitiu que havia um erro na MP e que seria corrigido o problema na estrutura de remuneração dos profissionais de saúde.
Constitucionalmente, não se pode baixar o salário do trabalhador, explicou o diretor do Departamento Jurídico do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed), Júlio Noronha, durante a manifestação. Segundo ele, a remuneração fica mantida em função da chamada Vantagem Nominal Pessoal Identificada (VNPI), que abate o salário para completar as 40 horas semanais.
"O impressionante é que médicos calmos, antigos, que nunca falaram em greve, queriam greve geral, porque ficaram muito revoltados com a medida provisória." De acordo com Noronha, a MP prejudicaria o salário para "além-túmulo", pois iria baixando o salário a cada aumento que viesse. Todos os médicos federais seriam atingidos, 70% deles no Rio.
A presidenta do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Márcia Rosa de Araújo, disse que não foi descartada a possibilidade de greve, embora o diálogo com os patrões já esteja em andamento. "Estamos buscando o diálogo, podemos colher frutos, sem precisar usar esse mecanismo", destacou.
Apesar da manifestação, no Rio, não houve paralisação dos profissionais da saúde. No entanto, o trânsito ficou complicado na Avenida Londres, onde está localizado o hospital.
Edição: Nádia Franco//Matéria alterada às 18h para esclarecimento de informações