Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje (12) as teses contrárias ao estímulo de consumo no país, estratégia que vem sendo adotada pelo governo, por meio de medidas de expansão de crédito, como alternativa para evitar o agravamento dos efeitos da crise financeira internacional no Brasil.
Segundo afirmou a presidenta, esse crescimento nos gastos significa inclusão social. Dilma também negou que haja nível elevado de endividamento das famílias.
A iniciativa, no entanto, tem recebido crítica de analistas. Eles apontam que o estímulo ao consumo traz como efeito colateral o elevado índice de endividamento das famílias. Segundo Dilma, o Brasil não tem um nível elevado de endividamento das famílias quando comparado com os padrões internacionais.
“Não concordo com a história de que não é preciso estimular o consumo. Acho que o estímulo ao consumo vai da característica intrínseca do nosso modelo que é de desenvolvimento com inclusão social”, afirmou a presidenta, ao discursar em cerimônia em Belo Horizonte.
Para Dilma, “estranho seria se o modelo que tem de levar 16 milhões de brasileiros a ter um padrão mínimo de consumo e de renda não quisesse a ampliação do consumo”. E completou: “não temos um nível elevado de endividamento das famílias. É só pegar os padrões internacionais de endividamento e olhá-los”.
Dilma disse que o governo não está fazendo uma política de gasto fácil no Brasil, mas sim perseguindo o investimento. Ela defendeu os investimentos públicos para alavancar o crescimento. “Sabemos que o investimento privado é pró-cíclico, é mais factível de ser influenciado por uma conjuntura de insegurança; o estado é menos pró-cíclico”.
Dilma insistiu também que “desamarrar o nó” da tríade câmbio, juros e impostos é fundamental para alterar as condições de investimento no Brasil e viabilizar também o investimento do setor público.
Sobre a capacidade de o país enfrentar os efeitos da crise internacional, a presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil tem “força interna” para superá-la. “Estamos muito bem fincados nos nossos próprios pés. Temos política econômica consistente. Não temos uma visão que acha que o ajuste pode levar a que 54% da população de jovens de um país fique sem emprego”, disse.
Edição: Davi Oliveira