Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro adjunto dos Negócios Estrangeiros da Bolívia (o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores), Juan Carlos Alurralde, disse ontem (10) que o governo boliviano ainda não foi notificado oficialmente sobre a concessão de asilo para o senador Roger Pinto Molina, de 52 anos, líder da oposição no Congresso. Segundo ele, também não há informações sobre o salvo-conduto (documento emitido por autoridades de um país, que permite a seu portador transitar pelo território) referente ao parlamentar.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bolívia tomou conhecimento do comunicado do Ministério brasileiro das Relações Exteriores, mas não por meio formal, por declaração ou representação", disse o vice-chanceler boliviano.
No último dia 8, o Ministério das Relações Exteriores informou sobre a autorização de concessão a Molina, que desde o dia 28 estava abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz. O senador diz que é perseguido politicamente pelo governo do presidente Evo Morales.
Molina alega que sua atuação em defesa dos direitos humanos gerou a perseguição política, mas o governo Morales nega a acusação. Ontem, o vice-chanceler reiterou que o Molina está envolvido em mais de 14 processos criminais referentes a corrupção e a desvios de recursos públicos. Ex-governador do departamento (estado) de Pando, na fronteira com o Brasil, o senador é acusado por autoridades locais de irregularidades.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse há três dias que ainda não há data nem locais definidos para a chegada do senador, caso o pedido de salvo-conduto seja aceito.
*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI//Edição: Graça Adjuto