Brasília - O presidente espanhol Mariano Rajoy defendeu hoje (10) a decisão tomada de solicitar o empréstimo de 100 bilhões de euros à Europa para sanear o sistema bancário espanhol. Ele disse que, sem as reformas, haveria o risco de uma "intervenção europeia" na Espanha.
"Ninguém me pressionou, eu que pressionei para obter uma linha de crédito para resolver um problema que existe nos bancos", destacou Rajoy em entrevista coletiva no Palacio de Moncloa, depois do anúncio de que seu governo recorrerá à Comunidade Europeia na busca de ajuda ao sistema financeiro.
O chefe do Executivo não só negou que tivesse recebido pressões de Bruxelas e da Alemanha para que solicitasse um empréstimo mas também tratou a ajuda [dos países europeus] como uma decisão soberana que tinha resistência das autoridades europeias.
"Caso não fosse feito isso, haveria uma intervenção no reino da Espanha", disse Rajoy.
O governo espanhol anunciou hoje que solicitava um empréstimo para recapitalizar o sistema bancário, desde que o custo desse empréstimo não implicasse novos sacrifícios para a sociedade espanhola como exigia Bruxelas. A decisão, que faz da Espanha o quarto sócio europeu a ser ajudado depois da Grécia, Irlanda e de Portugal, foi oficializada pelo ministro da Economia, Luis de Guindos, por meio de uma videoconferência com as autoridades da Comunidade Europeia.