Brasília - Novos detalhes descobertos neste domingo (10) sobre o conflito ocorrido em Damasco na sexta-feira (8) mostram que o Exército Livre da Síria - a principal força armada contrária ao regime - está mais bem organizado.
A evolução do cenário do conflito no país levou o chanceler britânico Willian Hague a afirmar que a situação da Síria começa a se parecer com a guerra na Bósnia-Herzegovinia nos anos 1990.
Os ataques das forças opositoras ao regime de Bashar Al Assad na sexta-feira foram bem coordenados e atingiram estações de geração de eletricidade, deixando diversas partes da capital sem energia por muitas horas. Um ônibus que transportava trabalhadores russos do setor de petróleo também foi atingido pelos rebeldes.
Segundo o correspondente da BBC em Damasco, Paul Danahar, o número de mortes entre as tropas de Assad ainda não foi divulgado, contudo muitos rebeldes foram mortos ou capturados. Porém, as ações de combate do Exército Livre da Síria - formado essencialmente por desertores das Forças Armadas aparentam agora maior organização e efetividade que no passado.
Neste domingo (11), opositores do regime informaram que tropas de Assad voltaram a bombardear a cidade de Homs, causando ao menos 38 mortes. O chanceler britânico disse que a Síria se aproxima do colapso ou de uma guerra com assassinatos em larga escala. Segundo ele, a intervenção internacional ainda não pode ser descartada porque o encaminhamento do conflito ainda não está claro.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), um dos principais órgãos políticos dos opositores de Assad, nomeou seu novo líder - o curdo Abdelbaset Sayda foi escolhido para substituir Burhan Ghalioun, que ocupava a liderança do grupo desde sua organização em setembro do ano passado. Sayda, que vive exilado na Suécia, disse que pretende reformular a estrutura do CNS.
"Estamos entrando em uma fase sensível. O regime está dando seus últimos passos. A multiplicação dos massacres e dos bombardeios mostra que ele está lutando [para sobreviver], afirmou.
Desde a sua criação, o CNS tem sofrido com divisões e queixas de ineficiência. O órgão, que agrega diversos grupos de oposição, também foi acusado de ser dominado por membros islâmicos e de não ser suficientemente inclusivo. A eleição de Sayda é uma tentativa de atrair mais curdos e membros de outras minorias sírias para o CNS.